Grande parte dos motoristas não sabe usar o triângulo para sinalizar uma imobilização ou sinistro no trânsito. Há casos, inclusive, em que o condutor coloca o triângulo em cima do teto ou capô do veículo tornando sem efeito o uso desse importante equipamento de uso obrigatório; em outros casos há quem sequer sinalize. Diz aí, você sabe a distância correta em que se coloca o triângulo quando se precisa sinalizar uma pane ou colisão? E se estiver chovendo, com neblina, cerração, subida ou curva será que a distância é a mesma em relação ao tempo seco, terreno plano e retas?
Lendo a notícia publicada aqui no Portal Alexandre José sobre a morte de um ciclista e logo em seguida um motorista ter perdido o controle do veículo e invadido um restaurante me ocorreu uma pergunta: será que o local estava corretamente sinalizado?
Enquanto instrutora de trânsito teórica e prática esse é um tema que trabalho bastante com os alunos em sala de aula e que se torna necessário abordar com a população para orientar.
Triângulo
Assim como o macaco e chave de roda o triângulo de sinalização é equipamento obrigatório do veículo. Não portá-lo durante uma abordagem ou fiscalização de trânsito ou se estiver inoperante ou ineficiente é infração grave, 5 pontos e multa no valor de R$ 195,23. Como medida administrativa o veículo fica retido no local para regularização.
Isso dá uma ideia da importância de sinalizar o local do sinistro para avisar o motorista que trafega logo atrás e evitar que outra colisão seja provocada. Sinalizar corretamente também protege as vítimas, os socorristas em atendimento, os curiosos e outros atendentes que irão chegar.
Qualquer pessoa pode ajudar a sinalizar a via em caso de sinistro colocando galhos de árvores que estejam bem visíveis, porém sem criar obstáculos no trânsito. No caso dos condutores, havendo um sinistro ou mesmo a imobilização do veículo por pane a regra de direção defensiva é colocar o triângulo contando passos largos de acordo com a velocidade daquela via.
Por exemplo, se a velocidade da via é 40km/h contam-se 40 passos largos desde o local do sinistro ou da imobilização do veículo e posiciona-se o triângulo. Se a velocidade da via é 60km/h contam-se 60 passos largos; se for 80km/h conta-se 80 passos cargos e assim por diante. A quantidade de passos largos será contada sempre de acordo com a velocidade da via, inclusive nas rodovias. Esse é o procedimento em caso de tempo seco, em retas e terreno plano.
Se precisa sinalizar com triângulo em dias chuvosos, com neblina, cerração, subidas ou curvas conta-se o dobro dos passos para que os motoristas que trafegam por aquela via avistem a sinalização bem antes de uma curva ou subida, por exemplo.
De nada adianta colocar o equipamento de sinalização em cima do teto do veículo, no capô ou menos do que a distância recomendada. Sinalizar de forma errada e nada é a mesma coisa e aumenta o risco de se ter uma nova colisão no local.
Agora que você já sabe como pode contribuir para a segurança de todos no local de uma colisão ou de imobilização de um veículo não hesite em lembrar os envolvidos de que o local precisa ser sinalizado da forma correta.
Não precisa estar envolvido no sinistro de trânsito para sinalizar: o simples fato de passar pelo local como pedestre ou ciclista já permite que você sinalize contando os passos de acordo com a velocidade da via utilizando plásticos, galhos de árvore, madeiras e outros materiais que encontrar.
Isso é fundamental para avisar o motorista que vem atrás para que ele fique alerta, diminua a velocidade e evite uma nova colisão.