O Blumenau tem neste fim de semana seu compromisso mais importante do ano.
Faz diante do Imbituba o jogo de volta da semifinal da Série C.
Se avançar, garante o acesso para a segunda divisão.
Além da vaga na decisão.

Contra o Atlético Tubarão.
Que fez 4 x 1 no Porto.
E não vai deixar escapar a grande vantagem que tem.
Pode perder por até três gols de diferença.
Pois fez a melhor campanha.

Assim como o BEC.
Que joga pelo empate.
Já que teve o segundo melhor desempenho como aponta a classificação.

Logo após o resultado de 1 x 1, o clube, por meio de sua assessoria de Comunicação, (improvisada e voluntária), começou a movimentar as redes sociais.
Pediu apoio e, acima de tudo, a presença do torcedor domingo (29), no estádio Ervin Blaese.

O crescimento e o fortalecimento do projeto passam necessariamente pelo objetivo traçado.
Que é subir.
Encarar novamente uma terceira divisão.
Ficar quase um ano sem atividade profissional.
Em uma competição sem repercussão e sem visibilidade (os jogos não são transmitidos ao vivo pela Federação).
Que se paga para jogar.
Seria um golpe duro.

Mesmo para o investidor.
Que bota dinheiro.
Mais quer retorno.
Como qualquer patrão.
Nesse caso, vem tendo bastante paciência.
Basta analisar as cifras.

Por falta do laudo da Polícia Militar, a estreia contra o Fluminense foi em Ibirama.
O prejuízo era inevitável.
A renda na Baixada foi de R$ 225.00.
41 pessoas passaram pelas bilheterias.
26 pagantes + 15 não pagantes.
Despesas da FCF: R$ 4.668,00.
Uma ré de R$ 4.473,00.

No segundo confronto, diante do Porto, agora em Indaial, mesmo depois de duas vitórias seguidas, outro revés.
162 expectadores.
144 pagantes + 18 não pagantes.
Arrecadação: R$ 1.145,00.
Borderô: R$ 4.697,36.
Mais R$ 3.602,00 de saldo negativo.

Contra o Imbituba.
Também no “Gigante do Vale”.
Público: 206.
Pagantes: 183 + 23 não pagantes.
Entraram R$ 1.590,00.
Saíram: R$ 5.173,36.
R$ 3.583,36 no vermelho.
Deve bater um desânimo em quem está à frente do negócio.

O Atlético Tubarão é o único clube que não está pagando para jogar.
Afinal, manda suas partidas na sua cidade, no estádio Domingos Silveira Gonzales.

Nos três jogos em casa, levantou R$ 46.049,00.
As despesas somaram R$ 22.073,32.
Logo, teve uma receita líquida de R$ 23.975,60.
R$ 8.000,00 por partida.
Com 2051 torcedores presentes.
Média: 683.
Contra 136 do Blumenau.

Cobrando R$ 40 no ingresso.
Na volta com o Porto, o valor baixou para R$ 30.

Os números estão aí.
Escancarados.

Não custa lembrar que Tubarão tem outro estádio, o Anibal Torres Costa.
Que foi vendido em 2018 para a 3-SM Administradora de Bens Imóveis, de São Ludgero, por R$ 11,7 milhões.
A partir daquele momento, o Hercílio Luz FC/SAF começava a projetar sua arena.

A construção começou em maio de 2020.
A proposta era concluir a primeira fase, somente com o estádio, em dezembro de 2021 (a segunda etapa contempla a construção do CT com mais três campos).

Mas, as obras no bairro São Martinho estão paradas.
Para adequações do projeto.
Sem problema.

Um dos investidores é Marcos Schlickmann (grupo Copobras), vice-presidente do clube.
Dessa forma, sem pressa (o acordo era de três anos para se mudar), o time só vai sair do Anibal Costa quando a nova estrutura for inaugurada.

Tubarão tem uma população de 114.384 habitantes.
Enquanto Blumenau conta com 361.855 moradores.
Tubarão ocupa o 16º lugar no ranking do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
Blumenau está na 4ª posição.
Atrás de Florianópolis, Itajaí e Joinville, o primeiro colocado em arrecadação.
Isso é apenas um comparativo.
Até porque existe muita relatividade no futebol.
Vejam a situação do JEC.

Entendo a manifestação de um torcedor que protestou no Instagram por causa do reajuste de 100% para o duelo contra o Imbituba.
Hoje em dia qualquer aumento produz impacto.
Ainda mais tendo de se deslocar para Indaial.
Porém, dá para entender as razões da diretoria.
O valor subiu de R$ 10 para R$ 20 – tem ainda a meia-entrada.

O problema é geral.
Blumenau precisa se ajudar.
Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é comentarista do Programa Alexandre José, na Rádio Clube FM 89.1, nas segundas, quartas e quintas-feiras, às 7h40. Também atua como apresentador, repórter e produtor no quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV RecordTV Blumenau. Além de boleiro na Patota 5ª Tentativa.
