Nunca curti academia.
Aqui no prédio tem uma.
Nem faço ideia de quantas vezes frequentei.
Somados os quase nove anos em que moramos aqui, não deve ter sido mais do que 30 dias.

Caminhar em esteira é um saco.
Pedalar em bicicletas, pior ainda.
No entanto, não gostar é uma coisa.
Precisar, é bem diferente.
Afinal, não sou mais nenhum menino.

Durante a semana, faço duas aulas de treinamento funcional na VO2 Artes Marciais.
E uma de aerobike (que valem por duas, pela intensidade) na TFT Fitness.

Na quinta-feira em diante mudo completamente a rotina.
Priorizo a patota 5ª Tentativa.
Com suas peladas acirradas.
As impagáveis resenhas.
E os sagrados churrascos.
Regados a cevada e música.

Nas sextas-feiras (quando não trabalho no dia seguinte) e aos sábados, sempre rola alguma coisa.
Destaque para os encontros de família e de casais de amigos (infelizmente com cada vez menos gente por causa de separações e outras besteiras).

Domingo dou uma sossegada.
Gosto de ficar de molho.
Sem hora para acordar.
A tarde, mesmo com a preguiça, brinco de vez em quando com meus filhos na quadra do residencial.
Ou damos um passeio na Rota de Lazer.
Na volta tem overdose de futebol.
As anotações, os detalhes dos jogos.
No fim, trabalho.
Que vai até uma determinada hora.
Mais tarde um filme ou série em família.
Para recomeçar bem na segunda-feira.

Deveria me cuidar mais.
Principalmente da alimentação.
Sempre fui relaxado.
Dieta?
Tentei uma vez.
Quando dava minhas caminhadas e corridas na rua.
Desisti no primeiro dia.

A nutrição equilibrada é essencial.
O risco de contrair doenças é menor.
Só que ao mesmo tempo se a saúde mental (tema da semana passada) não for praticada, as chances de adoecimento aumentam.
Tudo passa pela cabeça.

Acredito que o ser humano pode viver bem conciliando todas as atividades com sensatez e responsabilidade, sem exagero.
Se eu ficar o tempo todo apenas exercitando meu corpo, vou me torturar, não vou ser feliz.
Bem como se eu ficar a semana inteira chutando o balde, em breve estarei na cama de um hospital.
O desafio é buscar o equilíbrio.

Fiquei pai muito tarde.
Em 2013 e 2018.
Com a chegada do Tales, a tensão aumentou.
A responsabilidade dobrou.
Preciso educá-los.
Quero dançar a valsa de 15 anos com minha filha.
Levar meu filho a um estádio de futebol.
Espero casá-los.
Ser avô.
Um pai e marido cada vez mais presentes.
Só que tudo passa pelas minhas escolhas e tomada de decisões.

Quero envelhecer como essas senhoras.
Que fazem parte do projeto “Idoso bem Cuidado”.
Comandado pela Barbara Lemfers.

Que oferece aulas gratuitas para mulheres acima de 60 anos.
Todas as terças e quintas, às 8h.
Na academia Hollywood Fit.

No Clube Centenário no bairro Garcia.

Espero um dia poder ter a sensibilidade e o altruísmo dos voluntários que fazem parte do outro programa da professora Barbara, o “Correr para Incluir”.

É tanto amor e dedicação envolvidos que me sinto envergonhado por contribuir tão pouco (produzi uma matéria para a NDTV) com ações como essas.

Sair da zona de conforto é complicado.
Não tem coisa mais desagradável do que ir a um compromisso forçado, por obrigação.
Mesmo assim, sempre se pode tirar algo positivo.
Nos treinos, por exemplo, após a conclusão, a sensação é de dever cumprido e bem estar, com a liberação da endorfina e de outros hormônios estimulados pelo corpo.
Que vai te ajudar no decorrer do dia.
No trabalho, no humor, no relacionamento, no sexo, no futebol…

Sempre fui um cara desleixado e despreocupado.
Comigo e com o que os outros pensam.
O típico filho solteiro que mora com os pais.
A partir do instante que entrei para a televisão tive de mudar a rotina.
Continuava fora de forma e inchado (perfil que fugia aos padrões de repórteres e apresentadores magérrimos, acostumados a comer alface e frango grelhado).

Foi preciso alguém me alertar para repensar os hábitos e vícios.
Como sobrepeso e postura na frente das câmeras.
Em 2019, Sylvio Júnior me incentivou e me puxou.
Desde o início deixei claro para ele – e posteriormente para os demais professores de educação física – que não seguiria nenhuma planilha ou cartilha.
Que não tinha nenhum propósito de me tornar atleta.
Meu objetivo era, principalmente, desinchar.
Ser saudável.
A barriga de cerveja, chegamos à conclusão, sofreria o menor impacto, pois não tem jeito, adoro uma gelada.

Sylvão foi muito importante nesse processo.
Mas a logística era complicada.
Precisava atravessar a cidade para ir até o Zendron.
Antes, passava no Tribess para pegar minha mãe, que foi grande parceira nessa arrancada.
Tive de procurar um local mais próximo de casa.
Foi quando prontamente o Everson de Oliveira (Preto) aceitou minha proposta de parceria.

Estou lá até hoje (dona Irma desistiu por causa justamente dessa engenharia no trânsito).
No mesmo período, fechei acordo com Sandro Stéfano, para utilizar suas aerobikes.
Estou firme lá também.
Feliz com o resultado e com o profissionalismo da dupla, que atende minhas “exigências” com toda paciência e expertise.

Rogo a Deus para que Ele me permita seguir em frente.
Focado e motivado.
Com saúde clínica e emocional.
Cercado de gente do bem.
Para realizar todos os desejos e planos que ainda estão por vir.

Emerson Luis é jornalista. Completou sua graduação em 2009 no Ibes/Sociesc. Trabalha com comunicação desde 1990 quando começou na função de setorista na Rádio Unisul – atual CBN. Atualmente é comentarista do Programa Alexandre José, na Rádio Clube FM 89.1, nas segundas, quartas e quintas-feiras, às 7h40. Também atua como apresentador, repórter e produtor no quadro de esportes do Balanço Geral da NDTV RecordTV Blumenau. Além de boleiro na Patota 5ª Tentativa.
