Rio do Oeste, pacata e pequena cidade do Alto Vale, inaugurou no último fim de semana a sua pista municipal de bicicross.
Com a abertura do Campeonato Catarinense.
Fica dentro do Parque de Exposições Fepol.
Onde acontece a tradicional Festa da Polenta em julho.
Demorou quatro anos para ficar pronta.
Custou cerca de R$ 350 mil.
Conta com 20 obstáculos com rampas.
Um gate padrão UCI (Union Cycliste Internationale).
Tem ainda duas arquibancadas com capacidade para até 300 expectadores.
A equipe ABVE BMX Race Blumenau esteve por lá e conquistou seis pódios.
Do Pré-Bike (iniciante) ao Super 15.
Pegaram a BR-470 os mesmos pilotos e pais que treinam e competem em Jaraguá do Sul, Brusque, Itajaí, Balneário Camboriú…
Afinal, não temos pista.
Até tivemos uma em 2013.
Aquela que foi rotulada eufórica e precipitadamente pelos políticos como o “maior legado dos Jogos Abertos para a cidade”.
Foi feita às pressas na rua 1º de janeiro, na Itoupava Norte, com dinheiro da Fesporte, para receber o BMX dos JASC de 2013.
Custou na época R$ 80 mil.
Esse vídeo feito por um atleta mostra como estava a obra na véspera das provas.
Pais, atletas e iniciantes fizeram a manutenção até quando foi possível.
Sem fiscalização, sem segurança, sem apoio, acabou abandonada.
O matagal voltou a tomar conta do terreno de 300 metros da pista, ao lado do campo do Real Madrid.
Desde então, os adeptos da modalidade aguardam pacientemente pelo tão desejado espaço.
Que vai ser erguido no Parque das Itoupavas.
O projeto de Rio do Oeste é o mesmo que será implantado aqui.
Por enquanto, só está no papel.
Pois a prioridade é a construção do Skatepark na modalidade street.
Que terá medidas oficiais.
Uma estrutura que vai ocupar uma área de 1300 metros quadrados.
O valor máximo estabelecido na licitação foi de R$ 645 mil.
As obras começaram entre o final de setembro e começo de outubro do ano passado.
A empresa vencedora teve seis meses para concluir o serviço.
Não conseguiu.
Culpou o tempo.
Foi notificada.
Pediu novo prazo para a entrega.
Está sendo monitorada.
De qualquer forma acho difícil a liberação ainda este ano.
O objetivo da prefeitura é transformar a ampliação do Parque das Itoupavas em referência para os esportes radicais.
E trazer grandes eventos.
Enquanto isso, seguimos assistindo o protagonismo de outros municípios, como Criciúma (que foi sede em janeiro da 1ª etapa do circuito brasileiro de skate) e até de Rio do Oeste (a pista está apta para receber competições nacionais).
O silêncio e a conivência cobram um preço.
Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM 89.1. Repórter e apresentador de esportes do Balanço Geral da NDTV/Record TV. E boleiro da Patota 5ª Tentativa.
