É difícil encontrar explicações para um time que começa uma competição vencendo os dois primeiros jogos.
Adquire confiança.
Cria uma atmosfera positiva.
Faz contas para avançar de fase.
De repente, cai assustadoramente de produção.
Perde quatro confrontos seguidos.
E acaba eliminado.

Nada acontece por acaso.
Sempre existe um fato que desencadeia a queda de produção – no esporte são vários.
Nenhum deles impacta tanto, sobretudo quando falamos de divisões de base, como a saída de um professor.
Uma demissão, um convite para trocar de clube, um afastamento temporário…
Tudo mexe com o emocional da molecada.

Mas nada se compara a uma morte repentina.
Como a de George Wallace Fernandes dos Santos.
Aos 48 anos.
Na fila de um supermercado no bairro Velha.
No dia 22 de março.
Só quem conviveu com o treinador no dia-a-dia consegue dimensionar o impacto que sua ausência causou e continua causando no time Sub-20 do Metropolitano.
“Realmente foi traumático e ainda não conseguimos voltar à normalidade”.
As palavras são de Luis Carlos Koch, presidente do Instituto Metropolitano, responsável pelo projeto.

Wallace comandava o grupo desde janeiro de 2022.
A preparação para o estadual começou a partir de uma seletiva feita no começo de novembro.
Com a supervisão dele, do seu auxiliar Gilmar Lamin e ainda de César Paulista, responsável pela Secretaria Municipal do Esporte (SME).
Onde cinco garotos foram aprovados.

Em 12 de março estreia contra o Santa Catarina de Rio do Sul, em Rio do Campo.
Vitória de 1 x 0.
No primeiro jogo como mandante, em Apiúna, nova vitória.
Desta vez diante do Nação de Joinville, por 2 x 1.
Tudo corria bem.
Pessoas próximas diziam que o técnico estava bastante entusiasmado com a campanha.
Até que veio o fatídico momento.

Três dias depois, em Nova Veneza, o time prometeu “dar a vida” pelo treinador.
Com Gilmar Lamin como o seu substituto natural.
O placar foi 5 x 0 para o Caravaggio.
Foram outros três compromissos com derrotas impressionantes.
4 x 1 Guarani e 3 x 1 Caçador.
Ambos em Apiúna.
E por fim, goleado pelo Carlos Renaux por 4 x 0.

Como folgava na última rodada, neste fim de semana, se despediu da competição.
Pois não ficou entre os quatro primeiros colocados (são 7 equipes no total) que vão decidir o título.
Deve terminar em penúltimo lugar.
Como aponta a classificação da FCF.
Não há como dissociar.

Difícil encontrar uma escolinha em Blumenau onde o treinador não trabalhou.
Se a sua partida foi um baque para todo mundo, imagina para seus alunos.
Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM 89.1. Repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV. E boleiro da Patota 5ª Tentativa.
