A Epagri de Santa Catarina está desenvolvendo um projeto de pesquisa para verificar a possibilidade de instalação de uma nova cadeia produtiva na maricultura catarinense: a criação de pepino-do-mar em cativeiro.
A pesquisa está sendo desenvolvida em parceria com a Universidade do Vale do Itajaí (Univali) e foi dividida em duas fases, uma delas já concluída e a outra iniciando. “Ainda é cedo para afirmar se teremos sucesso na criação de uma tecnologia que permita o cultivo deste animal no litoral catarinense, mas os resultados iniciais são promissores”, explica Guilherme Rupp, pesquisador do Centro de Desenvolvimento em Aquicultura e Pesca (Epagri/Cedap) e coordenador dos projetos.
O pepino-do-mar é da mesma família do ouriço e da estrela do mar. Apesar de ser pouco consumido no Brasil, é considerado uma iguaria em outros países, principalmente na Ásia. Devido à alta demanda, o preço de um quilo do animal pode variar entre US$300,00 e US$1mil no mercado exterior.
• Clique aqui e faça parte do nosso grupo de notícias no WhatsApp
Resultados promissores
Em 2022 teve início a segunda etapa da pesquisa, que segue até 2024. A proposta é desenvolver a tecnologia para cultivo integral do pepino-do-mar em Santa Catarina, usando uma das três espécies identificadas no litoral catarinense.
O pesquisador revela que desenvolver tal tecnologia constitui um grande desafio, pois essa é uma nova espécie para a aquicultura.
A segunda etapa da pesquisa está sendo realizada em áreas de maricultura no município de Penha, no litoral Norte catarinense. Entre a primavera de 2022 e o verão de 2023 foram iniciados experimentos de cultivos integrados com ostras em dois sistemas, um suspenso e um de fundo de mar.
Guilherme entende que Santa Catarina tem as condições propícias para se tornar o primeiro estado brasileiro a produzir pepinos-do-mar em escala comercial. “Temos uma cadeia produtiva de moluscos consolidada, existem áreas aquícolas demarcadas e o cultivo de pepino-do-mar pode minimizar o impacto ambiental da produção de ostras e mexilhões, quando cultivados em proximidade destes”, enumera o pesquisador.
Se os estudos prosseguirem com resultados positivos, a criação de pepinos-do-mar em cativeiro poderá trazer inúmeras vantagens para Santa Catarina. Além de ser uma alternativa de diversificação para a maricultura catarinense, a nova cadeia produtiva teria alto valor agregado e traria ainda mais equilíbrio ao ecossistema marinho do Estado.
Leia mais notícias de Blumenau e região
Edital aberto para inscrições do Bolsa Atleta em Santa Catarina