Evitar usar bermudas no verão do Vale do Itajaí parece fora da realidade, já que o calor por aqui chega a quase 40º. Porém, para os bairros que sofrem com a proliferação de borrachudos, especialmente nesta estação, sabe que a tática de usar roupas que cobrem todo o corpo faz parte do “look espanta mosquito”. As regiões mais quentes e com mais nascentes de água são perfeitas para a vida do borrachudo.
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Em Gaspar, com a ideia de amenizar o incômodo causado pelos insetos, a secretaria de Agricultura realiza a compra anual do produto de larvicida biológico, mais conhecido como BTI (Barcillus thuringiensis var. Israelensis).
Ele é um líquido (não prejudicial ao meio ambiente) colocado na água em ribeirões, rios e outras nascentes para controlar o surgimento de larvas e, consequentemente, os borrachudos, incluindo até o Aedes aegypti, causador da dengue.
Atualmente a cidade disponibiliza o produto para os bairros Gasparinho, Alto Garparinho e distrito Belchior (Belchior Alto, Belchior Central, Belchior Baixo e Arraial).
Neste ano, segundo o secretário de Agricultura, Cleverson Ferreira dos Santos, foram comprados 340 litros com um investimento de R$ 118 mil. “Parece algo incomum esse tipo de ação, mas é desta forma que conseguimos garantir mais qualidade de vida aos moradores. Essa sempre foi uma reclamação frequente da comunidade, que também batalhou para garantir a vinda desse produto todos os anos”, explica.
Os moradores são os próprios aplicadores do produto. Eles passam por um curso para saber a dosagem correta do BTI e que forma despejar na água. “É um produto caro e que exige muita responsabilidade e contar com ajuda voluntária da comunidade é essencial para manter o controle dos borrachudos”, comenta o secretário.
BTI no Médio Vale
Nas cidades vizinhas como Blumenau, Pomerode e Indaial não são oferecidos o serviço, segundo informações das secretarias de Comunicações dos municípios. Ainda, conforme explica a secretaria de Saúde de Blumenau, a cidade recebia uma época o produto pelo Governo Estadual, mas como o borrachudo não oferece risco epidemiológico não é mais enviado pelo Estado.
Já Timbó, por exemplo, disponibiliza o larvicida em todos os bairros. A compra também é anual e a compra sai pela secretaria da Agricultura.
Participação do Estado
Segundo a coordenadora de extensão rural da Epagri em Itajaí, Adriana Padilha, a empresa pública apenas oferece orientações básicas aos agricultores, bem como capacitações sobre possibilidades de controle e necessidades de complementação do trabalho com ações de Educação Ambiental. “Não temos o produto para distribuição. O que fazemos nas cidades é o auxílio”, explica.
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