Durante o verão, período mais quente do ano, o número de acidentes com animais peçonhentos aumenta, tanto em áreas urbanas quanto rurais. Isso porque a elevação da temperatura favorece a reprodução destes animais. A estimativa da Organização Mundial de Saúde (OMS) é o surgimento de 1,8 milhão de novos casos no mundo por ano, além de ser a segunda maior causa de envenenamento no Brasil.
Em regiões onde há registro de enchentes também há mais riscos desses acidentes acontecerem. Nesse caso, isso ocorre porque os animais são obrigados a deixar seus habitats em busca de um novo local e acabam se refugiando muitas vezes dentro das casas.
Mas quando ocorre uma situação dessa, você sabe o que é preciso fazer? No caso de picadas ou mordeduras, a vítima deve procurar atendimento médico no serviço de saúde mais próximo nas primeiras horas após a ocorrência.
Em Santa Catarina, segundo dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive), o Estado registrou em 2022, 6421 ocorrências entre cobras, aranhas, esporpião, lagarta e abelha, por exemplo. Neste ano, 1126 situações já foram confirmadas pela Dive.
Já os números em Blumenau, conforme explica o Corpo de Bombeiros Militares, a cidade registrou no ano passado 91 ocorrências de captura de animais peçonhentos. Dessas, 78 foram serpentes, sendo jararaca (45), coral (22) e jararacuçu (11) as de maior incidência. Houve ainda outras 48 ocorrências de captura de cobras não peçonhentas, sendo que a maior frequência foi das espécies de boipevas, caninanas e dormideiras.
Ainda, segundo os bombeiros, até o dia dia 28 de fevereiro deste ano, foram registradas 24 ocorrências em Blumenau. Número próximo ao de 2022, quando foram capturados 28 animais peçonhentos no mesmo período.
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Como proceder caso seja picado por algum animal peçonhento?
Conforme explica o capitão do Corpo de Bombeiros Militares de Blumenau, Fillipi Pamplona, em caso de picada, é primordial identificar o animal. “Basta tirar uma foto com o celular, que depois deve ser mostrada ao médico no hospital. Jamais tente capturar a serpente, pois um novo acidente pode ocorrer e em nenhuma hipótese tente matar o animal, pois ele só ataca quando se sente ameaçado”, explica.
O capitão ainda orienta que a vítima seja levada imediatamente para o hospital ou pronto socorro mais próximo. “Esse deslocamento deve ser feito de carro, pois não é aconselhável se movimentar com intensidade após a picado. Caso a vítima esteja distante do hospital, deve acionar o Corpo de Bombeiros ou o Samu”.
O que não fazer
- Não tente sugar o veneno, pois é impossível e pode causar uma infecção na boca;
- Não faça torniquete, garrote ou amarração do membro picado, pois pode causar necrose;
- Não corte/perfure o local da picada, pois irá apenas causar uma nova lesão;
- Não coloque folhas, pó de café ou outros contaminantes sobre a picada, pois podem causar infecção no local;
- Não ofereça comida, bebida ou qualquer medicamento à vítima, pois eles podem influenciar negativamente no procedimento médico. Apenas lave com água e sabão.
Como evitar
• Utilizar equipamentos de proteção individual (EPIs) no manuseio de materiais de construção, lenhas, móveis, em atividades rurais, limpeza de jardins, quintais e terrenos, etc.;
• Observar com atenção os locais de trabalho e de passagem;
• Não colocar as mãos em tocas, buracos e espaços entre lenhas e pedras (utilizar ferramenta);
• Evitar aproximação de vegetação rasteira ao amanhecer e ao anoitecer (período de maior atividade de serpentes);
• Não mexer em colmeias e vespeiros (contatar autoridade local);
• Inspecionar antes do uso roupas, calçados, roupas de cama e banho,
panos, tapetes, e afastar camas das paredes;
• Não depositar lixo, entulho e materiais de construção junto às habitações;
• Evitar que plantas e folhagens se encostem nas casas;
• Fazer controle de roedores (servem de alimento para serpentes);
• Evitar acampar em áreas onde é sabido que há roedores e serpentes;
• Evite piquenique às margens de rios, lagos e lagoas, e evite
encostar-se a barrancos durante pescarias;
• Limpar regularmente e com EPIs móveis, cortinas, quadros, paredes e
terrenos baldios;
• Vedar frestas, buracos, portas, janelas e ralos;
• Manter limpos jardins, quintais, paióis e celeiros;
• Combater insetos (especialmente baratas que servem de alimento para
escorpiões e aranhas); e
• Preservar predadores naturais dos animais peçonhentos.