Na última coluna “induzi” o blumenauense a não perder tempo com o futebol profissional.
A sugestão era dar um tempo na relação, na verdade.
Para ser mais exato, até o início de uma competição (maio para o Metropolitano e setembro para o BEC).
Para não sofrer antecipadamente.

Mas, como de cada 10 leitores, sete deles não abrem a notícia, interpretam o conteúdo do texto embasado em uma manchete, decidi ampliar o tema.
A importância (e a pouca repercussão) das modalidades coletivas.
Especialmente as que defendem a cidade em competições nacionais.

Pela ordem dos eventos, começo pela Apan na Superliga Masculina de Vôlei.
O elenco ainda busca afirmação.
Que passa por um jogador da seleção brasileira: Alan Souza.
Ainda se recuperando de uma grave lesão no tendão, que o deixou fora de combate por seis meses, o oposto começa a justificar a fama.
Nos cinco jogos que fez após a cirurgia (na volta em dezembro jogou apenas dois sets), foi o maior pontuador em três deles.

Neste sábado (4), Alan Souza será outra vez atração no Galegão, contra o Araguari MG – 8º /colocado.
Um concorrente direto pela classificação aos playoffs – o time blumenauense é o 9º.
O horário das 21h30 não ajuda.
O esforço, contudo, vale a pena, porque o atleta deve permanecer até o fim da Superliga, em maio.
Um processo natural, pois não dá para segurar um cara desse naipe.
Bati um papo com ele essa semana.
Senti um profissional bastante comprometido.
Agradecido.
Simples.
Sem nenhum tipo de estrelismo.
A entrevista que fiz essa semana para o esporte do Balanço Geral da NDTV pode ser conferida abaixo.
Pudera o Bluvolei ter um reforço de peso como esse.
Não dá.
A grana é curta.
Mesmo assim foi montado um grupo competitivo para alcançar o acesso.
Só que a concorrência é forte.
Adversários com mais poder de fogo.

Um bom exemplo.
A Confederação Brasileira de Vôlei cede para cada time 14 passagens aéreas.
Como o clube não tem condições de bancar despesas extras, o técnico Rogério Portela se viu obrigado a cortar duas atletas da viagem para São Paulo, para que pelo menos tivesse junto um integrante da comissão técnica.
Nesse caso, o preparador físico Ruy Dornelles.
Não atrapalhou, pois nesta sexta-feira (3), as meninas venceram o Sesi, em Bauru, por 3 x 0.

Em média, os rivais contam com sete profissionais no staff.
Taubaté SP (vitória por 3 x 0) e Mackenzie MG (derrota por 3 x 2) vieram para Blumenau com a estrutura completa.
Mas é um projeto vencedor.
Que precisa cada vez mais de apoio.

O basquete feminino, que não foge muito dessa realidade, confirmou mais uma vez sua participação na Liga Nacional, a partir do dia 8 de março.
Renovou com as principais peças do elenco, sem esquecer da base, e vem se reforçando.
Inclusive trouxe uma armadora paraguaia de 21 anos.
Que entre 2019 e 2022 defendeu o Foz do Iguaçu PR.

O basquete masculino vai novamente disputar a segunda divisão da modalidade.
O Campeonato Brasileiro começa em março.
Agora sem a parceria com o Flamengo.

A diretoria já anunciou o primeiro reforço.
O ala carioca Cezin, 22 anos, que já atuou por Flamengo, Boca Juniors, Minas e Coritiba.

O futsal masculino depois de vários problemas na última temporada, está criando uma nova cara.
Com a presença de figuras importantes nos bastidores, vem sofrendo grande renovação.
10 jogadores foram contratados.
Paulinho Cardoso foi mantido como treinador.

Entre eles um paraguaio, Oscar Martinez, 20 anos.
Veio do Villa Hayes.
O pivô vem disputando o Torneio de Verão em Indaial.
Em parceria com o Loes do bairro Passo Manso.
O time faz, inclusive, neste sábado (4), às 18h, a final contra o Cachorrões/Santo André SP.
A Liga Nacional vai começar no fim de março.

O handebol feminino é outro esporte que representa Blumenau na elite.
Faz tempo.
Campeão da Copa do Brasil.
Vice campeão brasileiro.
Enfrenta as mesmas dificuldades de sempre para participar da competição mais importante do país no segundo semestre.

Bem como o handebol masculino, que desde o ano passado passa por um processo de reconstrução.
Tudo também é muito enxuto.
Com orçamento curto.
A meta é voltar a participar da Liga Nacional no segundo semestre.

Vôlei masculino.
Vôlei feminino.
Basquete feminino.
Basquete masculino.
Futsal masculino.
Handebol feminino.
Handebol masculino.
Sete equipes que carregam o nome de Blumenau pelo Brasil afora.

Bem como outras modalidades coletivas e individuais.
Que não raro, emplacam conquistas relevantes.
Onde enfrentam dificuldades até maiores, na busca por manutenção e expansão.
Juntas, produzem muito mais resultados do que o futebol.
Em todos os sentidos.
O problema é que poucos enxergam isso.

Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou a carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM 89.1. Repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV. E boleiro da Patota 5ª Tentativa.
