Manipulação de resultados.
Em três jogos.
Da última rodada da Série B do Campeonato Brasileiro ano passado.
O assunto da semana.
Repercussão nacional e internacional.
Por conta da ação do Ministério Público de Goiás.
Os detalhes podem ser vistos na matéria abaixo exibida na última terça-feira (14) no Jornal da Record.
Fiz uma pesquisa rápida.
Encontrei ligações e indícios em dezenas de campeonatos estaduais.
Tem rolo em tudo quanto é canto.
Como no Ceará.
Também uso material de um programa da Rede Record para destacar o tema.
Também deu treta no Amazonense.
O escândalo tem dimensões mundiais.
Como mostra essa reportagem de 2013.
Eu mesmo produzi em 2019 um VT especial falando sobre a fraude.
O alvo era o Blumenau Esporte Clube.
Por coincidência, duas semanas antes de estourar a “bomba” no noticiário, ouvi de gente ligada ao Clube Atlético Metropolitano, que a partida contra o Atlético Catarinense, que valia vaga para a semifinal da Série B, foi arranjada.
Quatro jogadores do time blumenauense teriam participado do esquema para beneficiar o adversário de São José.
Que acabou garantindo o acesso junto com o Criciúma.
Em Palhoça, em 6 de agosto, o Metropolitano venceu por 2 x 1.
Lá já houve desconfiança com algumas atitudes.
Dentro e fora de campo.
Os gols do jogo de ida estão aqui.
Na volta, em Ibirama, em 13 de agosto, o Metrô se classificaria, mesmo derrotado por um gol de diferença.
Tomou dois.
E vergonhosamente foi eliminado.
Foi uma despedida melancólica diante de 313 “testemunhas”.
Que em tese, além da apatia da equipe, não notaram nada de anormal.
No segundo gol, por exemplo, o jogador do Atlético sobe tranquilamente no meio de cinco marcadores, que apenas assistem a conclusão de cabeça.
Pode ter sido só um erro trivial do jogo.
Um vacilo coletivo…
Vai saber.
Nenhuma atitude foi tomada.
Simplesmente porque provar que alguém participou do conchavo é difícil.
Sabe-se que o nome dos atletas circulou nos bastidores.
A Federação deve ter uma lista de suspeitos.
Que acabam geralmente se “queimando” no mercado.
Clube sério não contrata mais.

Nos tempos do BEC não foi diferente.
O burburinho era forte.
Só que ninguém foi processado.
No entanto, sei de jogador que foi obrigado a abandonar a carreira profissional, porque não conseguiu mais ser contratado.
Ao menos aqui no estado.

As perdições existem em todas as profissões.
Agora cair em tentação vai do caráter de cada um.
Também existe a necessidade, o desespero, principalmente quem é pai, quem paga pensão.
Não justifica.
Mas é compreensível.

Até porque tem jogador por esse brasilzão afora que sequer recebe um salário mínimo por mês.
Quando recebem.
Porque os atrasos são frequentes.
Aí aparece a proposta para ganhar R$ 15 mil em 90 minutos.
O cara balança.
Como resistir a esse tipo de assédio?

Todos são suspeitos.
Diretores, jogadores, treinadores, árbitros…
Até a Imprensa que por vezes é conivente.

Como alguns profissionais não compactuam com a safadeza, notícias assim de vez em quando ganham eco.
Por uma ou duas semanas.
Depois caem no esquecimento.
E vida que segue.


Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM 89.1. Repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV. E boleiro da Patota 5ª Tentativa.