Sou um apaixonado por futsal.
Não só por ter jogado quando moleque na AABB.
Por tudo que ele proporciona.
A intensidade.
A imprevisibilidade.
A tomada de decisões.

Pena não ter a mesma publicidade e repercussão do futebol.
Na Imprensa, no boteco, no país, no mundo.
Tanto é que não é considerado esporte olímpico.
Um escárnio pelo peso que tem.

Tudo passa por resultados, em qualquer modalidade, no entanto o futsal blumenauense conta com um público fiel.
Menos oportunista do que o futebol, por exemplo.
Em toda a região.
Basta ver a quantidade de torneios realizados.
O grande número de escolinhas.

Temos um representante na principal competição do Brasil.
Vaga cativa.
Comprada.
Um time para chamar de nosso.
Que não tem ido bem nas últimas edições da Liga Nacional.
E até mesmo no campeonato estadual.

Ano passado ficou em último lugar.
Entre os 22 participantes.
Campanha com duas vitórias, dois empates e 17 derrotas, como mostra a classificação da 1ª fase.
O Corinthians é o atual bicampeão depois de derrotar o Atlântico de Erechim na decisão.

Muito do desempenho ruim se deve às lesões de atletas importantes que vinham “voando”.
Como o fixo Passamani.
Que vai completar agora no começo de março nove meses de recuperação de uma LCA.
O ala Miguel é outro que teve lesão de ligamento cruzado anterior – segue fora de combate.
Também se lesionaram Diogo, Ceccatto e Mika.
Vira e mexe, alguém se machucava.

Tudo, no fim, impacta na falta de estrutura e, naturalmente, de dinheiro.
Na hora da reposição chegaram atletas sem a mesma qualidade dos ausentes.
Quem foi promovido não aguentou o tranco.
A criação, finalmente, do Sub-20 vai ajudar bastante na transição.
Jogar uma Liga Nacional contra equipes encaixadas e motivadas é dureza.
Se em condições normais já é difícil bater de frente, imagina com um elenco esfacelado.

Tomar porrada a torto e a direito desmotiva todo mundo.
Só que as perspectivas para a temporada são boas.
O grupo passou por uma grande reformulação.
No treinamento que acompanhei essa semana percebi um time muito mais rápido, leve, focado e faminto.

10 atletas foram contratados:
– Marcinho – goleiro/Tubarão SC.
– Duio – fixo/Tubarão SC
– Theu – fixo e ala/Saudades SC
– Xuxa – ala/Saudades SC
– William Endler – ala/Saudades SC
– Lucas Santos – ala/Saudades SC
– Jefe – ala/Pinhalense SC
-Japa- ala/Chapecoense SC
– Deivão – ala/Floripa SC
– Oscar Martinez – ala/Villa Hayes Paraguai

Sete remanescentes:
– Kelwin – goleiro
– Passamani – fixo
– Diogo – ala
– Gamarra – ala
– Lucas Schwartz – ala
– Lucas Miguel – ala
– Peruzzo – pivô

Quatro garotos do Sub-20 vão ser inseridos durante a Liga.
Que ainda vão ser selecionados.

10 jogadores foram dispensados.
– Vini Mello – goleiro (que recebeu proposta do Minas)
– Rafael – goleiro
– Simas – fixo
– Angelo – ala
– Mika – ala
– Yuri – ala
– Ceccatto – ala
– Pedrinho – ala
– Thiaguinho – ala
– William – pivô

Paulinho Cardoso continua no comando técnico.
Vai ter à disposição poucos atletas badalados, é verdade.
Contudo contará com jogadores comprometidos com a maneira de enxergar futsal do exigente treinador.
Que requer tempo e paciência.

Que não deve ser um entrave.
Até porque a apresentação foi dia 14 de janeiro.
Desde então, foram dois torneios disputados.
Em Rio do Sul, quando acabou eliminado por Taió na semifinal.
Em Indaial, onde serviu de espinha dorsal para o Loes, derrotado na decisão para o Cachorrões/Santo André SP.
Este mês está jogando o Torneio de Schroeder.

Logo, terá padrão e ritmo de jogo até a estreia na Liga Nacional.
Dia 24 de março, em Carlos Barbosa RS.
A primeiro partida no Sesi está marcada para dia 31.
Diante do novato São Lourenço SC.
Antes serão dois amistosos na região oeste.
Em Xanxerê e São Domingos.
A Liga terá 24 integrantes este ano.
Passam 16 para o mata-mata.
Esse é o primeiro objetivo.

As chances aumentaram.
Mesmo flertando com o velho problema da falta de apoio.
A meta da direção é ter um orçamento de R$ 120 mil/mês.
Ainda faltam 30% desse valor.
Por aí já dá para ter uma ideia que a tarefa não será fácil.
A realidade, geralmente mascarada, precisa ser exposta.
Porque o torcedor se acha no direito de xingar jogador, treinador e diretor sem saber o que se passa nos bastidores.
Muito por não ter conhecimento dos fatos.
Culpa dos clubes em sua maioria (no futebol isso parece ser regra).
Onde a contabilidade é um segredo de estado.

Enquanto a gente tiver um supervisor competente como José da Costa exercendo a função de roupeiro.
Um cara vitorioso como Paulinho Cardoso sendo treinador, preparador físico e de goleiros.
Um presidente atuante como Alexandre Jahn batendo de porta em porta para conseguir patrocínio.
Seguiremos como coadjuvantes no cenário nacional.

As coisas tendem a melhorar.
Nesta sexta-feira (24) foi anunciada a volta de Fausto Steinwandter.
O gabaritado profissional vai assumir a preparação física.
Embora, por conta de compromissos profissionais, não deva viajar com a delegação.
Outro que retornou foi o eclético assessor de imprensa Sidnei Batista.

É o que temos.
Nos resta apoiar essa turma.
Gente daqui, séria, compromissada com o projeto.
Que pode recolocar o futsal no seu devido lugar.
Ao seu tempo.

Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM 89.1. Repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV. E boleiro da Patota 5ª Tentativa.
