Que muita gente roda sem seguro do veículo não é novidade e a justificativa de muitos proprietários é que o preço para segurar o carro pesa muito no orçamento para mantê-lo. Só que o barato pode sair caro em caso de colisões, furtos e roubos, tornando o prejuízo ainda maior. Além do Seguro Auto completo ou contra terceiros oferecido pelas seguradoras existem ainda as opções oferecidas por cooperativas de seguros. Em linhas gerais a coluna de hoje te ajuda a escolher a melhor opção que caiba no seu bolso.
O que puxa o aumento no seguro
Os tradicionais reajustes anuais que variam de um estado para outro e o aumento da violência urbana faz com que em regiões menos seguras o orçamento seja diferente. Já os representantes das seguradoras afirmam que os períodos mais críticos da pandemia estagnaram os preços dos seguros e com a retomada da economia pós pandemia fez a ciranda financeira começar a girar novamente.
Outras variáveis que interferem nos preços dos seguros é o aumento da acidentalidade no trânsito bem como o aumento da criminalidade que aumenta os casos de furtos e roubos. O perfil de cada motorista e a quantidade de vezes que o seguro é acionado também acabam encarecendo o preço do seguro.
Para se ter uma ideia o aumento que foi em média de 5% em 2022 saltou para em torno de 8% em algumas capitais menos seguras.
Seguro Auto e cooperativas de seguros
Seguro Auto é a modalidade oferecida pelas seguradoras ou corretoras de seguros certificadas pela SUSEP (Superintendência de Seguros Privados). Essas empresas são entidades particulares e com fins lucrativos.
Já as associações ou cooperativas de seguros parecem seguradoras, mas não são. Tratam-se de entidades sem fins lucrativos em que todo dinheiro arrecadado é destinado unicamente para ratear entre os associados ou cooperados os custos dos sinistros.
Ao adquirir uma opção de seguro veicular pelas seguradoras é gerada uma apólice em que constam todas as obrigações, deveres e direitos entre ambas as partes. A apólice discrimina também as especificações das coberturas e como elas funcionam.
A opção pelas associações ou cooperativas de seguros não têm emissão de apólice. As partes assinam um contrato entre sócios ou associados em que é determinado o valor de uma contribuição mensal. Em caso de sinistro o dinheiro para a cobertura sai desse montante arrecadado.
Ainda que o veículo passe por vistoria em ambas as opções as seguradoras costumam ser mais burocráticas no que vai determinar o valor da cobertura. Nas seguradoras o preço do seguro pode ser quitado de uma vez só ou em parcelas fixas enquanto nas cooperativas ou associações de seguros o valor mensal varia. Geralmente cobram o valor da divisão do mês anterior mais a taxa administrativa.
Cooperativas de seguros são fiscalizadas pela SUSEP já as associações e cooperativas não têm órgão fiscalizador. A OCB (Associação Brasileira de Cooperativas) regulamenta essas entidades de modo generalizado, mas não faz a fiscalização. Isso permite que cada cooperativa crie regras próprias.
Já as seguradoras e as apólices de seguros são fiscalizadas pela SUSEP e Ministério da Fazenda periodicamente dando mais segurança nesse ponto.
Seguro contra terceiros
Essa é uma modalidade de seguros oferecida pelas seguradoras em que o segurado paga um valor bem menor do que o seguro completo, mas que garante apenas o pagamento dos danos materiais, corporais ou morais do sinistro que o segurado causar no veículo de outra pessoa. O segurado nesse caso paga a franquia.
Se o segurado é a vítima e quem colidiu não tem seguro ou sai no prejuízo ou vai cobrar os prejuízos na justiça.
Há que se observar sempre se a cláusula contratual é de RFC (Responsabilidade Civil Facultativa).
Como escolher
Cada uma dessas opções cabe em diferentes tipos de bolsos. O que não dá é para ficar sem seguro do veículo e ter um prejuízo maior em caso de colisões, furtos e roubos.
É aquela história do barato que sai caro quando, por exemplo, o motorista quer economizar R$ 20,00 ou R$ 30,00 com estacionamento, deixa o carro estacionado em via pública e é furtado.
Pesquisar bastante, fazer diferentes cotações e fazer a melhor escolha é a dica.
E você, vai renovar o seguro do seu veículo depois da alta nos preços?

Márcia Pontes é escritora, colunista e digital influencer no segmento de formação de condutores, com três livros publicados. Graduada em Segurança no Trânsito pela Unisul, especialista em Direito de Trânsito pela Escola Superior Verbo Jurídico, especialista em Planejamento e Gestão do Trânsito pela Unicesumar. Consultora em projetos de segurança no trânsito e professora de condutas preventivas no trânsito. Vencedora do Prêmio Denatran 2013 na categoria Cidadania e vencedora do Prêmio Fenabrave 2016 em duas categorias.