É o melhor a se fazer.
Ao menos, por enquanto.
Para não se incomodar.
Para não criar expectativas.
Para não se frustrar.

Para o torcedor do Metropolitano, isso pode ser útil pelos próximos quatro meses.
Pois a Série B começa em 28 de maio.
Com jogos novamente em Ibirama.
Antes, em março, tem o estadual Sub-20.
Onde a participação é obrigatória.

Para o torcedor do Blumenau, o “desligamento” leva mais tempo.
Afinal, a Série C vai iniciar somente em setembro.
Já a base começa em junho.
Partidas de novo em Indaial.

O futebol profissional nunca passou por um momento tão desgastante, depressivo e masoquista.
Se tem pouco ou quase nada de informação.
No Metrô, o básico que sei extraio do presidente.
Segundo Valdair Matias, conversas estão acontecendo no sentido de retomar a parceria com as empresas de Curitiba.
A LA Sports, em princípio, não volta, tamanha a decepção com a última temporada, quando o time perdeu o acesso para o Atlético Catarinense de São José.
A Mais Sports Brazil pode fazer a gestão sozinha ou junto com o clube.

Não há outra forma de se fazer futebol.
A diretoria, isolada, sem apoio, sem dinheiro, com dívidas, não tem perspectivas.

O Metropolitano fez 21 anos agora em janeiro.
Não houve nenhum tipo de comemoração.
De fato não há nada para comemorar.
Mesmo assim, a diretoria não poderia deixar a data passar em branco.
Em um passado nem tão distante, o aniversário era celebrado com churrascadas.
Sempre muito prestigiadas.
Acompanhava a boa fase.
Quando a torcida ainda sonhava com alguma coisa.
As feijoadas de 2020 e 2021 também foram bem movimentadas.

Agora teremos hamburgada.
Dia 9 de fevereiro.
Uma quinta-feira à noite.
Menos mal que o Speed Burguer do Madrugadão é muito bom.
Além do Jalmei Garcia ser um grande parceiro – o título da Série B de 2018 foi comemorado na matriz da Itoupava Norte.
No entanto, bom lembrar, que esse evento só vai rolar depois da pressão exercida por alguns torcedores nas redes sociais.

Um bom exemplo para corroborar com o momento nebuloso é o site.
Que está desativado.
A única menção sobre o aniversário no último dia 22 foi no Facebook.
Com uma arte replicada.
Produzida pela Federação Catarinense de Futebol.

O Blumenau, contudo, vive uma situação não menos delicada.
A marca vai a leilão a partir da próxima segunda-feira (30).
Até 16 de fevereiro.
Está avaliada em R$ 50 mil.
Por conta de uma dívida de 2006 com três jogadores (R$ 120 mil) que colocaram o clube no “pau”.
O processo é de conhecimento da atual diretoria desde o ano passado.
Foi se arrastando.
A prioridade era o investimento na equipe.
Que acabou rebaixada para a terceira divisão.
Um acordo entre as partes já deveria ter sido feito.
Ainda há tempo.
Se for concretizado, anula o leilão.
E evita um futuro problemão.

A coisa não é tão simples para quem deseja adquirir a marca BEC.
Até porque para profissionalizar um clube de futebol na CBF e na FCF, o custo é de aproximadamente R$ 1 milhão – se esse for o objetivo do comprador.
Que também pode simplesmente abandonar a papelada em uma gaveta.
Para “matar” o que ainda resta de uma vez por todas.
O leilão dá direito a explorar a marca. E não o CNPJ.
Logo, a dívida, que girava em torno de R$ 250 mil até a saída de Eduardo Corsini que cedeu seu lugar para Caio Roberto em 2022, permanece.
Para quem já é dono de um clube pode ser vantajoso.

Caso a marca seja arrematada, vai ser necessário criar uma nova nomenclatura.
Algo parecido foi feito com o Sport Clube Madureira – que virou esse atual BEC em 2003.
As taxas no cartório não são caras.
O Blumenau Esporte Clube poderia se chamar Blumenau Futebol Clube, por exemplo.
Acredito que para o torcedor mais ferrenho essa seria a pá de cal para enterrar o amor nutrido desde os tempos do tricolor original (1980).
O desgaste é muito maior do que se imagina.
Pode impactar ainda na perda de investidores, patrocinadores e parceiros.
Como a prefeitura de Indaial que banca toda a estrutura das categorias de base.
O descrédito só aumentaria.
O filme ficaria ainda mais queimado.
Não falta muito para a gente chegar no fundo do poço.
Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM 89.1, repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV. Além de patoteiro de futebol.
