Depois da eliminação do Brasil, passamos a torcer justamente contra as duas seleções que vão disputar o título neste domingo (18), às 12h.
Argentina, por razões óbvias.
França, pelo histórico recente de confrontos com a gente.
3 x 0 na final de 1998.
1 x 0 nas quartas de final de 2006.

Ao mesmo tempo, adotamos Marrocos como nosso time preferido.
Não deu.
Mas o que os africanos entregaram em campo, o que brigaram, contagiou o mundo todo, que até então os desprezava – e eu me incluo nessa lista.
O valente Marrocos caiu de pé.
Com orgulho.
Sem choro de jogador.
Ou abandono do treinador.

Não sei se Marrocos terá forças para superar a Croácia neste sábado (17), ao meio dia, na disputa pelo 3º lugar.
Por ter chegado ao limite físico, mental e disciplinar.
Independentemente do resultado, fez história.

Será uma das decisões mais equilibradas e imprevisíveis dos últimos tempos.
Sem um favorito disparado.
Vejo a França com uma pequena vantagem.

Didier Deschamps está no comando técnico desde 2012.
Mesmo desfalcado de oito atletas, que acabaram cortados, tem um elenco mais entrosado e cascudo.
São 10 remanescentes do título de 2018.
Entre eles, o goleiro Lloris, o zagueiro Varane, e os atacantes Dembelé, Giroud e Mbapeé.
O “tartaruga ninja” que na próxima terça-feira (20) completa 24 anos, joga demais.

Não dá para ignorar o talento de Griezmann.
Discreto, menos badalado, taticamente perfeito, é a engrenagem do time.

Por sua vez, Lionel Scaloni, assumiu a Argentina há quatro anos, no lugar de Jorge Sampaoli.
Dezenove atletas do atual grupo não estavam no último Mundial.
Os titulares são apenas três: o zagueiro Otamendi, o lateral esquerdo Tagliafico e Messi.
Di Mária, recuperado de lesão, deve ficar como opção.
O goleiro Franco Armani agora é reserva.
Bem como o lateral esquerdo Acuña e o atacante Dybala.

Messi é um caso à parte.
Está comendo a bola.
Ninguém está sendo tão protagonista.
Os estreantes Enzo Fernández (Benfica) e Julian Álvarez (Manchester City) são os coadjuvantes de luxo.
Cresceram na hora certa.
Junto com toda a seleção.
Que está fechada, jogando pelo seu camisa 10.
Um gênio que está no ápice.

As duas seleções mais capacitadas e equilibradas vão decidir o Mundial.
Mostraram padrões e alternativas de jogo, personalidade e controle emocional, mesmo quando sofreram.

Ainda não deu para absorver nossa eliminação para a Croácia.
Convenhamos, poderia ser pior.
Uma derrota na semifinal para os intragáveis gringos produziria ainda mais indignação.
É difícil reconhecer.
Mas o futebol jogado por França e Argentina, nessa ordem, é melhor do que o nosso.
Faz tempo.
Principalmente da atual campeã mundial.
Que venha um técnico estrangeiro!

Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM. E repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV.
