Casagrande foi espinafrado durante a semana ao sugerir que o Brasil entrasse em campo contra Camarões com o time titular.
Para ganhar ritmo de jogo, entrosamento e ainda mais confiança para o mata-mata.
O espaço de uma semana de uma partida para outra preocupava o comentarista.
França e Portugal usaram reservas, respectivamente, contra Tunísia e Coreia do Sul, e foram derrotadas.
A Espanha preservou alguns atletas diante do Japão e também foi superada.

O mesmo aconteceu com o Brasil que perdeu nesta sexta-feira (2) para Camarões por 1 x 0.
Com a formação toda com suplentes.
Argentina e Inglaterra foram com força máxima e terminaram nas primeiras colocações dos seus grupos.
Assim como França, Portugal e Brasil.
A Espanha terminou em segundo.

Lógico que o grande temor das comissões técnicas são as lesões – Danilo e Alex Sandro podem voltar segunda-feira (5), enquanto que Neymar talvez retorne na sexta-feira (9) se a seleção avançar.
Existe também a preocupação com o curto intervalo (três dias) até o próximo confronto.
Mas cá entre nós.
Os caras são atletas.
E querem jogar.
Ninguém. Absolutamente ninguém quer ficar no banco – ou assistir o jogo da arquibancada.
Por isso fiquem à vontade para me xingar também caso entendam que poupar jogadores é a melhor maneira de se alcançar o hexa.

É um risco que se corre.
Alex Teles, por exemplo, saiu mais cedo com uma séria lesão no joelho.
Está fora da Copa.
Assim como Gabriel Jesus também com problema no joelho.
Poderia ser Casemiro, alguns vão dizer.
Tudo é muito relativo.
As circunstâncias e as nuances de um jogo mudam demais nos cerca de 100 minutos de uma partida.

Importante quebrar o gelo e a tensão de disputar um Mundial.
Criar sombras e concorrências.
De todo modo, em qualquer atividade, o profissional considerado nº 2, inferior, o reserva, é o substituto imediato do titular.
Só ocupa o seu lugar na ausência justificada de alguém mais qualificado.
Que, na prática, está mais preparado.

Oitavas de Final.
Vem aí a hora que separa os homens dos meninos.

Sábado: 12h – Holanda x Estados Unidos.
Muito equilíbrio.
A Holanda não empolgou até agora.
Os Estados Unidos podem surpreender.

Sábado: 16h – Argentina x Austrália.
Nosso maior rival voltou para o Mundial.
Passa sem apuros.
Podemos cruzar com os gringos nas semifinais.
O chaveamento deles é bem mais tranquilo – eliminando os australianos esperam Holanda ou Estados Unidos.
Vai incomodar.

Domingo: 12h – França x Polônia.
A atual campeã avança sem sustos.
A diferença de qualidade individual é enorme.
Os polacos são muito limitados.
Apenas se destacam o seguro goleiro Szczęsny (que joga na Juventus da Itália) e o isolado Lewandowski (Barcelona).

Domingo: 16h – Inglaterra x Senegal.
Os africanos vão engrossar, mas a Inglaterra tem mais time e principalmente opções no banco para seguir em frente.
Pintando um interessante duelo entre França e Inglaterra.

Segunda-feira: 12h – Japão x Croácia.
Os japoneses podem aprontar de novo.

Segunda-feira: 16h – Brasil x Coreia do Sul.
Os coreanos contam com um técnico português, Paulo Bento.
Estão bem mais organizados.
E correm muito.
Ainda somos favoritos.
Mesmo assim é preciso respeitá-los.
Todo cuidado é pouco.

Que fiquem as lições de hoje.
O Brasil foi melhor.
Teve muito mais volume de jogo.
Criou várias oportunidades (21 a 7).
Porém, não matou o duelo e tomou um gol de contra-ataque, nas costas de um zagueiro improvisado na lateral esquerda, Marquinhos, que entrou bem.
Também faltaram cobertura dos volantes e atenção do sistema defensivo.

Terça-feira: 12h – Marrocos x Espanha.
Apesar da instabilidade do goleiro (Unai Simón, do Athletic de Bilbao) e da ausência de mais um homem de área (Morata, do Atlético de Madrid, é o único 9 de ofício), a Espanha tem total condições de garantir presença nas oitavas.
Ainda é forte candidata ao caneco.

Terça-feira: 16h – Portugal x Suíça (que bateu a Sérvia por 3 x 2).
Jogo pegado.
Difícil prognóstico.
Ainda cravo em Portugal.

Essa Copa está maluca.
Tanto é que nos bolões, aquela turma que nunca se interessou por futebol está se dando bem diante de quem tem envolvimento maior com a bola.
Muitos apostadores devem estar quebrando.

Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM. E repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV.
