“Um baile argentino”.
Esse era o título da coluna depois do primeiro tempo exuberante da seleção de Lionel Scaloni.
Ele que, aos 44 anos se tornou o mais jovem treinador a conquistar uma Copa do Mundo, arrebentou com os planos de Didier Deschamps.
A opção de colocar Di María na ponta esquerda, quando todos esperavam uma estratégia mais cautelosa com três zagueiros, foi decisiva.
Dembélé deixou de ser atacante para ser defensor.
Está até agora procurando o jogador da Juventus da Itália.
Ainda foi juvenil no pênalti cometido contra o mesmo Di María.
Messi, nervoso, abriu o placar.
A Argentina fez 2 x 0 com Di María após um contra-ataque letal.
Foi uma aula tática, técnica e coletiva.

Parecia que a França não teria forças para reverter o quadro.
Mas Didier Deschamps, de 54 anos, teve visão.
Foi ousado.
Mexeu antes mesmo de terminar a primeira etapa.
Com duas trocas.
Promoveu outras duas no segundo tempo.

O time se reorganizou.
Cresceu.
Buscou o empate.
Com méritos.
Com Mbapee.
Que decidiu.
De pênalti.
E com um golaço de sem-pulo.

Na prorrogação, Messi, sempre ele, eleito com justiça, o melhor em campo e o craque da Copa, fez 3 x 2.
Mais um pênalti.
Mbapee, preciso, fez o seu 8º gol no Mundial.
Se tornou artilheiro isolado da competição, um a mais do que Messi.
Também entrou para a história ao ser o primeiro jogador a marcar um hat-trick em uma final.
A França mostrou um poder de recuperação extraordinário.
Só não ganhou o jogo porque Emiliano Martínez produziu um “milagre” no último minuto em um chute à queima-roupa de Kolo Muani.
O atleta de 30 anos do Aston Villa da Inglaterra foi escolhido como o melhor goleiro da Copa.

Mbapee bateu o primeiro pênalti e converteu.
Messi também.
A França perdeu com Coman e Tchouaméni.
A Argentina marcou com Dybala, Paredes e Montiel.
Vitória por 4 x 2.
Que garantiu o tricampeonato mundial (1978, 1986, 2022).

Antes da Copa começar, apontei a Argentina como principal candidata ao título.
No decorrer do Mundial e agora na final, mudei de opinião.
Apostei na França.
60 x 40 foi o prognóstico de percentagem.

Campeã da Copa América, ao bater o Brasil por 1 x 0, dentro do Maracanã, em julho de 2021.
Campeã da Finalíssima, ao fazer 3 x 0 na Itália, em junho deste ano, em Wembley/Londres.
Campeã Mundial na despedida das Copas do gênio Lionel Messi.
Os argentinos não ergueram a taça no Catar por acaso.

Podemos reconhecer a merecida conquista.
Ou aturar os gringos.
Fico com a primeira opção.

Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM. E repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV.
