Pavimentação deteriorada é uma situação constante nas rodovias federais em Santa Catarina, revela estudo da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), realizado entre agosto e setembro, pelo engenheiro Ricardo Saporiti.
O levantamento identificou pontos críticos em praticamente todos os 1,18 mil quilômetros percorridos nas BRs 282, 470, 153, 158 e 163, além do trecho da BR-470 entre Indaial e a divisa com o RS.
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No traçado entre Florianópolis e Lages da BR-282, principalmente até Alfredo Wagner, o principal entrave é a lentidão do tráfego, devido ao movimento intenso. Neste caso, a FIESC sugere a implantação de terceiras faixas, especialmente em subidas, e a retomada de estudos para a execução do traçado original da rodovia na Grande Florianópolis. O relatório foi apresentado em reunião da Câmara de Transporte e Logística da FIESC nesta quinta (24).
“Tanto no âmbito federal quanto no estadual, 60% das nossas rodovias estão necessitando de restauração, por isso, precisamos urgentemente garantir recursos e um programa de manutenção preventiva e rotineira das rodovias e suas obras de arte especiais”, afirma o presidente da FIESC, Mario Cezar de Aguiar. “Rodovias em mau estado elevam o número de acidentes e aumentam o consumo de combustíveis, o custo de manutenção e o tempo das viagens; ou seja, trazem impactos sociais e econômicos”, alerta o empresário. “Por outro lado, o recurso investido na melhoria das condições das rodovias tem retorno com o incremento da atividade econômica, arrecadação de impostos e geração de empregos”, salienta.
O relatório será enviado pela FIESC às autoridades estaduais e federais, incluindo os poderes executivos e os parlamentares eleitos e reeleitos. No dia 5 de dezembro o tema será retomado, com a apresentação da agenda de infraestrutura, pela qual a entidade deverá demonstrar as principais necessidades catarinenses no setor.
O engenheiro Ricardo Saporiti tem realizado vistorias nas rodovias catarinenses desde 2011. Nesse período, ele percorreu 13.423 quilômetros. O número supera a malha rodoviária total de Santa Catarina, mas algumas rodovias foram visitadas mais do que uma vez.
Defeitos na pavimentação são recorrentes
Nos demais segmentos percorridos pelo engenheiro Saporiti o problema mais recorrente é a deterioração da pavimentação. São relatados trincamento e desagregação do asfalto, buracos, afundamento e recalque da pista, trilhas de roda e mesmo remendo recente de capa já deteriorado.
BR 470 – de Indaial à Divisa SC/RS – foram destacados nove pontos com a pista danificada, em alguns casos em longos trechos. No km 193,5, os defeitos se estendem por 5 quilômetros, no km 124, chegam a 4 mil metros e no km 158,6 a avaria tem extensão de 1,35 mil metros.
Nesta rodovia, foram observadas obras em andamento para a construção de viaduto e de ponte em Pouso Redondo e de restaurações de subtrechos entre Otacílio Costa e a Divisa com o Rio Grande do Sul.
BR-282 – no traçado entre o trevo com a BR-116 e o Extremo-Oeste, foram identificados pontos com irregularidades na pista, inclusive em quatro pontes. No km 572, as deformidades se estendem por 1,5 mil metros. O segmento entre Chapecó e São Miguel do Oeste apresenta problemas no pavimento em aproximadamente 20% da sua extensão, inclusive com sinalização horizontal precária.
Na mesma rodovia, existem irregularidades de revestimento de pista em quatro pontes – sobre os rios do Peixe (revestimento e na cabeceira), Irani, Chapecó e das Antas.
No caso do segmento entre Vargem Bonita, o Trevo do Irani (entroncamento com a BR-153) e Ponte Serrada, durante o estudo, nos meses de agosto e setembro, foi identificada precariedade no revestimento asfáltico, embora uma operação tapa-buracos tivesse sido realizada pouco tempo antes. Ao passar pelo local na semana passada, o engenheiro Saporiti constatou que uma nova recuperação global do pavimento existente está em andamento naquele trecho. Entre Lages e Campos Novos, o trecho também está sendo recuperado. Igualmente está em execução o acesso a Nova Itaberaba.
BR-158 – Cerca de 30% do trecho catarinense, com extensão total de 47 km (entre o BR-282 próximo a Cunha Porã e a divisa com o Rio Grande do Sul), apresenta pavimentação danificada. O estudo cita seis pontos mais problemáticos, incluindo o km 81,5, onde a danificação da pista se estende por 3 mil metros. A ponte sobre o rio Lajeado Sertão (km 130) também apresenta precariedade na pavimentação.
BR-153 – com cerca de 120 quilômetros de traçado no território catarinense, registra defeitos na pavimentação em seis lugares, incluindo os kms 58 e 81,5, no qual a anomalia também se estende por 3 mil metros. A ponte sobre o rio Uruguai, na divisa com o Rio Grande do Sul, apresenta problemas nas juntas de dilatação.
BR-163 – Igualmente são seis pontos críticos, num trecho de quase 60 quilômetros no território de Santa Catarina. Além disso, há uma obra abandonada de um viaduto no trevo com a BR-282, no acesso a Paraíso, a qual é recomendada a retomada. O traçado, que recentemente foi considerado a pior estrada brasileira em pesquisa da Confederação Nacional do Transporte, está sendo recuperado, com a realização de cerca de 47 quilômetros de nova pavimentação, uma obra custeada basicamente com recursos estaduais. São 18 quilômetros entre São Miguel do Oeste e Guaraciaba, que recebem concreto asfáltico betuminoso, mais 23 quilômetros entre Guaraciaba e Guarujá do Sul, passando por São José do Cedro, com pavimento rígido de concreto (17 quilômetros já executados) e os 12 quilômetros entre Guarujá do Sul e a divisa com o Paraná, com dois quilômetros de recapeamento asfáltico executado e o restante apresentando pavimento bastante deteriorado, quando da vistoria.
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