Fiz uma pesquisa durante a semana.
Com pessoas que trabalho direta e indiretamente na NDTV Record TV e na Rádio Clube FM e ainda integrantes da patota da qual faço parte, a 5ª Tentativa.

Pergunta simples e objetiva.
Sobre a Copa.
“O Brasil vai ser campeão?”

35 entrevistados.
Um empate entre otimistas e pessimistas que me surpreendeu – até pouco tempo atrás a euforia era maior.
3 estão em dúvidas (nem sim, nem não).
16 cravaram no título.
16 não acreditam no hexa.
Eu me incluo nesta relação.

Somos um dos favoritos.
Isso é inegável.
Temos muita qualidade individual.
Sobretudo do meio para frente.

O sistema defensivo me preocupa.
Temos um dos melhores goleiros do planeta (Alisson/30 anos).
Uma dupla de zaga sólida e experiente, que apesar de muito técnica, precisa de uma boa proteção dos volantes para não sofrer no mano a mano (Marquinhos/28 anos e Thiago Silva/38 anos).
Dois laterais que fazem o feijão com o arroz bem temperado na marcação, porém, sem sal, sem brilho no apoio (Danilo e Alex Sandro, ambos de 31 anos).

Temos como opções no gol, Ederson (29) e Weverton (34).
Alex Telles (29) na lateral esquerda.
Éder Militão (24) e Bremer (25) na zaga/lateral.
E Daniel Alves (39) que ultimamente vinha jogando no meio-campo.

O baiano teve sua rejeição ampliada depois da entrada desnecessária que aplicou no tornozelo de Pedro durante um treinamento.
Que se caracteriza por falta de tempo de bola, de ritmo de jogo.
Afinal, não joga uma partida oficial desde 23 de setembro, quando defendeu o Pumas do México – tem contrato até julho de 2023.

Em 8 de outubro foi manter a forma (se preparar para a Copa) no Barcelona B.
Dois meses sem jogar.
“É um jogador de bagagem impressionante, de grupo, de vestiário, motivacional, um construtor de jogadas, alguém que entrega muito, que pode decidir uma partida, fisicamente está no nível dos demais…”
Basicamente foram os argumentos da comissão técnica.
E de pelo manos 30% da mídia.
O restante criticou a convocação.

São nove atacantes.
Rodrygo (21)
Gabriel Martinelli (21)
Vinícius Júnior (22)
Antony (22)
Gabriel Jesus (25)
Pedro (25)
Raphinha (25)
Richarlison (25)
Neymar (30)

No lugar de Daniel Alves teria levado Gabigol.
É chato, mala, marrento, nojento, briguento…
E daí?
O cara é decisivo.
Coloca fogo no jogo quando entra.
Desde 2018 nenhum atacante fez tantos gols como ele.

Tite é conservador.
Deve ouvir muito os líderes do elenco.
A personalidade sincera e o jeito extravagante do jogador do Flamengo poderia “atrapalhar” o ambiente.
Gabigol se adaptaria ao “ambiente sereno” naturalmente.
Melhor prestar homenagem a um boleiro bom de lábia e tocador de tantã.

Volantes/meias:
Everton Ribeiro (33)
Casemiro (30)
Fabinho (29)
Fred (29)
Lucas Paquetá (25)
Bruno Magalhães (25) – que acredito vai tomar o lugar de Fred caso Tite não recue Paquetá
Um timaço.

Mas não podemos esquecer que do outro lado existem seleções fortes e perigosas.
Inclusive na primeira fase.
Nosso grupo é chato.
Logo na estreia, quinta-feira (24), 16h, a Sérvia já vai ser uma pedreira.

Não deixem de prestar atenção em Portugal x Gana, no mesmo dia, mais cedo, às 13h, pois poderemos cruzar com os lusitanos na segunda fase.
Portugal tem uma geração muito boa.
Cristiano Ronaldo é um mito, só que no momento não tem vaga nesse time.

Mas vamos por partes.
Dia 28, segunda-feira, 13h, tem a Suíça.

E 2 de dezembro, 16h, em tese, o adversário mais fraco, Camarões.
A tendência é avançar em primeiro lugar.
Mesmo assim, se não entrar em campo focado e com sangue no olho pode se complicar.

Sempre existe uma seleção despretensiosa que surpreende.
Vou apostar na Dinamarca.
Já na Eurocopa de 2021, fez grande campanha, atingiu as semifinais e só foi eliminada pela Inglaterra após polêmico pênalti em Raheem Sterling, nos minutos finais.
De “lá pra cá”, melhorou seu rendimento e adquiriu mais experiência para o torneio do Catar.
Faz parte do Grupo D, junto de França, Austrália e Tunísia.

Não sei se ainda é o trauma de 2018.
Sempre acho que a Bélgica pode finalmente ir mais longe.

Ainda mais quando tem no elenco o goleiro Courtois e Kevin De Bruyne, que considero estar já faz um tempo entre os cinco melhores do mundo.

Favoritas:
Mesmo “quebrada” por conta dos desfalques em todos os setores do campo, não dá para descartar a atual campeã.
Aqui vale a mesma regra da individualidade.

Um ataque que tem Mbappé, Benzema (mesmo com sua lesão pouco repercutida), Griezmann e Giroud dá medo.

De qualquer maneira houve um enfraquecimento coletivo com os cortes do goleiro Maignan, do zagueiro Kimpembe, dos volantes Pogba e Kanté e do atacante Nkunku.

No entanto, na minha humilde visão, a seleção que se apresenta com mais potencial para levantar a taça é a Argentina.
Está quietinha, entrosada, coletiva, jogando bem, não perde há 36 partidas e possui o melhor jogador do mundo.
Messi ainda desequilibra.

A interação que fiz com alguns torcedores não significa nada.
É a sensação de cada um.
Um achismo.
Mesmo desconfiado e vacinado, espero ser contrariado.

Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM. E repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV.
