Cada um enxerga o futebol de um jeito diferente.
Por isso existem as discussões de boteco.
Que sempre foram bem mais interessantes, por razões óbvias, do que algumas teorias conspiratórias das redes sociais.
Concordo que a seleção não é dependente de Neymar.
Mas dizer que ele não faz falta?
Aí já é não entender nada de bola.
Ou levar a opinião para o lado pessoal.
A atuação contra a Suíça na tarde desta segunda-feira (28) mostrou isso.
Substituídos na etapa final, Richarlison e Raphinha não foram cumprimentar Antony e Gabriel Jesus – saíram pela linha de fundo, atrás do gol adversário.
Tite não comemorou o gol de Casemiro.
Ao seu modo, preferiu abraçar o filho.
Alguém vai falar sobre falta de solidariedade, entrega ou comprometimento?
Não creio.
Ninguém bate em coitado.
O Brasil não foi criativo.
Especialmente no meio campo.
Viveu muitas vezes de inócuos lançamentos.
E teve novamente em Vinícius Júnior seu principal escape.
O atacante chamou a responsabilidade, encarou a dura marcação suíça, chegou a marcar, mas o gol foi anulado após impedimento de Richarlison na origem da jogada.
Chato, bem postado e experiente, o time europeu foi eficiente no que se propôs: defendeu, amarrou a partida, jogou para não perder.
Resultado justo.
Mais cedo Camarões e Sérvia empataram em 3 x 3.
Sexta-feira (02), às 16h, o Brasil encerra sua participação na 1ª fase, quando pega Camarões.
No mesmo horário se enfrentam Sérvia x Suíça.
O Brasil está nas oitavas de final.
Primeiro objetivo alcançado.
Vivemos a expectativa de saber quem vai ser o oponente – o segundo colocado do Grupo H.
No momento, Gana.
Portugal venceu o Uruguai por 2 x 0 e assumiu a liderança isolada com 6 pontos.
Os africanos têm 3 pontos.
Coreia do Sul (saldo -1) e Uruguai (saldo -2) estão com 1 ponto.
A última rodada marca para sexta-feira (2), às 12h:
Uruguai x Gana.
Portugal x Coreia do Sul.
Bom mesmo é “sumir” de Portugal que deve fazer sua parte – um empate contra os asiáticos ou até mesmo uma derrota por dois gols de diferença já bastam para evitar o confronto.
Como coloquei após a vitória sobre a Sérvia, é preciso dar um passo de cada vez.
Porque as dificuldades só vão aumentar.
Inclusive com possibilidade de ter a Espanha pela frente nas quartas de final.
Apesar das duas vitórias sem sofrimento defensivo (Alisson foi um mero expectador), ainda temos de melhorar coletivamente.
E torcer pela volta de Neymar.
Que inteiro clinicamente e com a cabeça no lugar ainda é titular absoluto.
Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM. E repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV.