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Esporte: É o que temos. É o que precisa ser valorizado. Por Emerson Luis

O futebol profissional de Blumenau passa por um momento delicado.

De isolamento.

De distanciamento.

De silêncio.

Condenado por sucessivos fracassos, perdeu a essência, a identidade, o crédito.

Indiferente, sem calendário, sem perspectivas, afugenta os poucos torcedores que ainda tem.

A realidade é a que segue.

Rebaixado para a terceira divisão, o BEC, com o Sub-17, carrega o nome da cidade.

Na verdade, o time é da Fundação Municipal de Esportes (FME) de Indaial.

A parceria permite, por exemplo, disputar competições estaduais, como a Copa Santa Catarina.

Campanha de três derrotas (Juventus, Brusque e Barra).

Neste sábado (22), 15h, encara o Nação, no CT Irineu, em Joinville.

A garotada ainda joga a Copa Oma, no Clube de Caça e Tiro Velha Central.

Ficou em primeiro do grupo com três vitórias.

Nas quartas de final eliminou o Rio Grande de Palhoça.

Time Sub 17 da FME/BEC na Copa Oma. Foto: Richard Ferrari

Como o contrato com as duas empresas de Curitiba terminou logo após a eliminação nas semifinais da Série B profissional para o Atlético Catarinense de São José, em 13 de agosto, é a categoria Sub-17 que também mantém o Metropolitano em evidência.

Metrô se despediu da Série B em agosto. Foto: Divulgação/CA Metropolitano

O acordo é mais ou menos parecido.

Quem faz a frente é o Instituto Metropolitano.

Quem leva a “fama” é o clube.

A gurizada também participa da Copa Oma.

Na primeira fase venceu duas partidas e perdeu outra.

Se classificou em segundo lugar na chave.

Dia 6 de novembro faz jogo eliminatório contra o Juventus de Jaraguá do Sul.

Sub-17 do Metropolitano na Copa Oma. Foto: Richard Ferrari

Já no Campeonato Municipal de Futebol Amador, reforçado de três a quatro moleques acima da idade, a realidade é outra.

Quatro derrotas seguidas.

Lanterna.

As chances de classificação para as semifinais são remotas.

Faltam duas rodadas.

Neste domingo (23), às 15h30, enfrenta o Canto do Rio, no Progresso.

A classificação completa da competição promovida pela LBF está aqui.

Sub-17 do Metropolitano no Campeonato Municipal. Foto: CA Metropolitano

Já pensando no ano que vem, está prevista para 5 de novembro, uma nova peneira em busca de talentos.

No mesmo dia e local vai ter mais uma pastelada para auxiliar nas despesas mensais.

Outro projeto encabeçado pelo Instituto é o do futebol feminino adulto.

Que com apoio de patrocinadores e parceiros, especialmente a Secretaria Municipal de Esporte (SME), tem representado o município no Campeonato Catarinense.

A Associação Blumenauense de Futebol Feminino nasceu em 2019.

Logo de cara vieram os títulos da Copa Nova Aurora e dos Jogos Abertos (Blumenau ficou campeã depois que cinco municípios foram punidos por irregularidades).

Comemoração do título da Copa Nova Aurora. Foto: ABFF/Metropolitano

No primeiro semestre deste ano, as meninas jogaram o Campeonato Municipal.

Perderam a final para o Canto do Rio – 0 x 0 na Itoupava Central e 2 x 0 no Progresso.

Mesmo assim comemoraram bastante.

Elas sabem o sacrifício que fazem para estar em campo.

Meninas comemoram 2º lugar no Municipal. Foto: ABFF/Metropolitano

A estreia no estadual foi com empate de 2 x 2 com o Juventus, em Jaraguá do Sul.

Competição de tiro curto.

Jogos só de ida.

Cinco representantes.

Passam dois para a decisão.

Equipe estreou com empate em Jaraguá do Sul. Foto: ABFF/Metropolitano

O Kindermann é favoritaço ao título – tem atleta em Caçador que ganha R$ 14 mil de salário.

O interessante é que o vice-campeão garante vaga na Série A3 do Campeonato Brasileiro.

Esse é o foco – mesmo diante das desvantagens sobre as rivais.

A vitrine é interessante.

A tabela completa nesse link.

Time feminino na estreia em Jaraguá do Sul. Foto: ABFF/Metropolitano

São 24 jogadoras.

14 de Blumenau e região.

10 vieram de outros municípios de Santa Catarina.

Treino no Salto do Norte. Foto: ABFF/Metropolitano

Ninguém recebe salário – trabalhar de graça tem prazo de validade.

Por isso que todas têm um emprego.

Além de maridos, filhos.

A goleira Vanessa, para se ter uma base da realidade, é mãe de cinco.

Vanessa faz parte do elenco blumenauense. Arte: ABFF/Metropolitano

A modalidade ainda não foi contemplada com o programa bolsa desportiva da SME, apesar de defender Blumenau nos Jogos Abertos de Rio do Sul.

A classificação está garantida para novembro depois de terminar os JASC do ano passado em 3º lugar.

As atividades físicas são online, à noite.

Treinos com bola só na véspera.

E olhe lá, pois o tempo ultimamente não tem ajudado.

Parceiros como Grêmio Itoupavazinha, Salto do Norte e Atlético Itoupava – onde a equipe mandará as partidas – cobram um valor básico de aluguel.

Treino no Guilherme Jensen. Foto: ABFF/Metropolitano

O que tem prejudicado a logística é o fato de não poder utilizar o CT Romeu Georg.

Chuveiros, refeitório, lavanderia…

Ajudaria muito.

Está limitado ao time profissional.

Com o fim da segundona áreas foram desativadas.

Colaboradores foram desligados.

A culpa é sempre a mesma quando se cortam cabeças: redução de custos.

Isso vale para o Sub-17.

Que também não pode usar o prédio e os campos da Associação Altona.

Está disponível só para o elenco principal.

A partir de quando exatamente?

O futebol profissional só volta à ativa em 2023.

Antes havia o compartilhamento das duas estruturas.

Negociações e prioridades de quem tem a caneta na mão.

CT do Metropolitano fica no bairro Fidélis. Foto: CA Metropolitano

Neste sábado (22), às 15h, no Estádio Guilherme Jensen, o Instituto (Metropolitano), comandado pelo técnico William Vermohlen, encara o Pedra Branca de Palhoça.

Ninguém paga ingresso.

Uma ótima oportunidade de demonstrar apoio e valorizar quem realmente merece.

Torcida Raça Jovem apoiou o time no Canto do Rio na final do Municipal. Foto: ABFF/Metropolitano

Emerson Luis é jornalista. Se formou no IBES/Sociesc em 2009. Trabalha com comunicação esportiva desde 1990 quando começou sua carreira no rádio de Blumenau. Atualmente é comentarista esportivo do Programa Alexandre José na Rádio Clube FM. E repórter e apresentador de esportes do programa Balanço Geral da NDTV/Record TV.

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