Por Luiz Guilherme Hostert Pereira
Em 2017, a produtora de filmes A24 já se estabelecia como uma gigante de respeito no
mercado de filmes de baixo orçamento. O estúdio colhia frutos de sucessos como “A bruxa” (2015) e Moonlight” (2016), ambos alguns dos filmes mais aclamados da última década que também atraíram grande atenção do público. A confiança na empresa permitiu que filmes mais ambiciosos e com elencos renomados fossem produzidos. Com estrelas como Colin Farrel e Nicole Kidman, “O Sacrifício do Cervo Sagrado” é o exemplo perfeito disto.
A premissa é uma das mais angustiantes já propostas: Um cirurgião bem-sucedido se torna próximo de um adolescente após seu pai morrer em um procedimento realizado por ele. O garoto conhece toda a família do homem e tudo corre relativamente bem, até que o filho pequeno do doutor começa a adoecer e apresentar sintomas pavorosos. O garoto que perdeu o pai então avisa ao médico que toda a sua família começará a adoecer e
eventualmente morrer.
• Clique aqui e faça parte do nosso grupo de notícias no WhatsApp
A única maneira de evitar a tragédia? Ele próprio deverá escolher um de seus filhos ou esposa para assassinar. Com diálogos perturbadores de início ao fim, “O Sacrifício do Cervo Sagrado” força um olhar aprofundado ao cotidiano comum de uma família que na superfície aparenta não apresenta ter algo errado, e ao mesmo tempo causa um desconforto que deixa claro que algo não está certo naquela casa. Questionamentos necessários precisam ser feitos a respeito da culpa e quais ações podem ser justificadas para escapar de uma situação ruim.
Ao final da obra, somos deixados em conflito a respeito do que é certo ou errado, correto ou condenável, verdade ou mentira. São esses questionamentos morais e medo do desconhecido juntos ao limite de tempo que palpavelmente se esgota ao decorrer da obra que constroem um excelente terror psicológico provido de atuações magníficas e um dos roteiros mais interessantes dos últimos anos.
