Muitas coisas na vida só se tornam reais quando existe mobilização e pressão.
Ficar dependendo de promessas e da boa vontade dos outros é desgastante.
É de bom grado não alimentar expectativas quando não estamos no controle.
Só serve para aumentar o desgaste e a frustração.

Um documento só tem serventia quando assinado e autenticado.

No encontro da última quarta-feira (21), na Vila Germânica, dezenas de contratos de construções, pavimentações, reformas, desapropriações e revitalizações foram assinados pelo governo do Estado em parceria com a prefeitura.
Menos o do Complexo Esportivo.
Nenhuma surpresa.
Até porque não constava na extensa relação de obras.

Bolsistas da Secretaria Municipal de Esporte (SME) – a comunidade esportiva como um todo – foram intimados a comparecer no setor 4 (alguns se sentiram constrangidos, afinal o esporte não era a prioridade do roteiro e dos discursos).
Todos devidamente orientados para apoiar a municipalização do SESI.
Impressionar as autoridades.
Aplaudi-los.
Só faltou a claquete.

O “convite” pode até ter sido radical.
A ação, no entanto, se fazia necessária.
De todo modo, a concentração de atletas, técnicos e dirigentes deu resultado.

Os valores, até então compartilhado entre poucas cabeças, foram revelados publicamente pelo prefeito Mário Hildebrandt.
O investimento do governo do Estado para a aquisição do Complexo Esportivo será de R$ 30 milhões – a contrapartida da prefeitura é de R$ 1,3 milhão.
Outros R$ 20 milhões virão para reformas e adequações.
Que se supõe, sejam para a construção de uma nova pista de atletismo, ampliação do campo e troca do telhado.
Se existe uma prioridade é o teto.
Já pagamos mico em competições nacionais colocando baldes nas quadras.
Goteiras estão comprometendo o piso.
Além do pinga-pinga frequente, a área que abriga a ginástica precisa de reparos na fiação elétrica.
Se passar um pente fino em tudo, vai longe.

A sinalização foi feita.
Porém, bom que se diga, falta a aprovação do Conselho Nacional do SESI para que o acordo seja selado.
A informação que circula é que a instituição quer dinheiro pelo terreno de 320 mil metros quadrados.
Foi doado pelo município nos anos 80 – o local foi inaugurado em dezembro de 76.
A Câmara de Vereadores aprovou em maio um projeto de lei do Executivo que possibilita a devolução do terreno.
Se não for resolvido, o negócio pode melar.
O momento de brigar e de pressionar Brasília é agora.

O SESI tem aberto mão de toda e qualquer estrutura ligada ao esporte.
Que tenha sensibilidade para enxergar o impacto que isso vai representar, pois vai muito além do esporte – turismo e lazer devem explorar o espaço.

Que esse impasse seja resolvido o mais breve possível.
Até o fim do mês para ser mais exato.
Pois a partir de julho, o governo estadual fica impossibilitado, por questão eleitoral, de repassar os R$ 50 milhões.
Não podemos perder ou deixar um patrimônio como esse se esvair, ser vendido para uma rede hoteleira, por exemplo.
Seria uma derrota acachapante.

De todo modo, independentemente do parecer favorável do SESI, e até pelos eventos assumidos durante o ano – sem contar o processo de transição – não creio que o poder público tenha condições de assumir algum tipo de compromisso físico ainda este ano.

Eventos de atletismo e até mesmo futebol profissional, só no segundo semestre de 2023.
Sendo bem otimista.

Carlos Moisés quer a reeleição.
Está “fechado e abraçado” com Blumenau.
A melhor hora de mostrar influência e trocar favores é agora.