Se existe um sentimento difícil de digerir é o da derrota.
Dependendo das circunstâncias envolvidas reconheço que ainda tenho dificuldades.
Mas passa rápido.
Não fico remoendo.
Mesmo (me perdoem a imodéstia) não estando acostumado a fracassar.
Seja no dia a dia.
No trabalho.
Nas peladas de quintas-feiras.

Quando o ser humano não se ajuda, independentemente da função que exerce, tudo fica mais complicado.
Chegar a um consenso é bem mais prático se todo mundo olhar na mesma direção.

Isso também vale para a informação.
A maneira como ela é transmitida, recebida e reproduzida.

As fotos inseridas no texto, como as do karatê e do remo, acima, do xadrez e do futsal, abaixo, e as demais que estão por vir, são aleatórias.
Não tem como finalidade denegrir ninguém.
A ideia é evoluir.
Alinhar a comunicação entre mídia e esportistas.
A quem interessar possa.

Uma relação que inclui ainda pais, parentes, amigos e agregados.
Que precisa ser uma via de mão dupla.
Democrática.
Racional.
Boa para todos os envolvidos.

Ver um filho participar de uma competição é das coisas mais especiais que existem na vida.
Para muitos um sonho realizado.
Subir no pódio, então!
A emoção aflora.
Desperta perspectivas.

Jamais vou esquecer a medalha que recebi do meu saudoso pai.
Em 1980.
No Vasto Verde.
Atleta revelação do futebol na categoria mirim.
Tinha nove anos de idade.

Voltando a ser metido (como seu Malinho costumava dizer), fui campeão, artilheiro e até goleiro menos vazado naqueles tempos de moleque.
Contudo, a homenagem que lembro, por todo o peso afetivo que carrega, é essa.
Insubstituível.
Eterna.

Espero um dia proporcionar essa emoção ao meu menino.
Atualmente com quatro anos.
Faz futebol e jiu-jitsu na escolinha.
Se vai seguir em frente é outra história.
Criança precisa brincar.
Não crio expectativas.
No momento nos cabe apontar o caminho.
Ao menos pavimentar os primeiros passos.
Afinal não temos controle sobre o dia de amanhã.

Minha filha de nove anos até pouco tempo sonhava em ser bailarina.
A fase já passou.
Hoje faz canto.
Amanhã, não sei.
Espero que pratique esporte.
Não forço a barra.
De todo modo, quando faz algum tipo de apresentação, o orgulho me consome.
Por isso entendo o comportamento inquieto e enlouquecido de alguns pais na arquibancada.

Ver um filho vencer e prosperar é o que mais queremos.
Desde cedo.
Não há como não se envolver.
O processo é natural.
As vezes foge do controle.

Muitos pais são competitivos ao extremo.
Colocam uma carga emocional pesada nos filhos.
Isso vale para professores e treinadores.
Que também pressionam seus alunos.
A motivação tem de existir.
O problema é não saber administrar um resultado negativo.
Cria-se uma grande perspectiva.
Do tamanho da frustração.

Jamais vou negar ajuda a quem me procura.
Seja para divulgar um evento.
Apresentar os feitos de um atleta.
O trabalho de uma equipe.
De uma associação.

São diversos pedidos.
Para divulgar rifas, pasteladas, macarronadas, feijoadas, pedágios, vakinhas online…
Auxílio nas despesas de uma viagem ao exterior.
Um jogo decisivo.

Raros são os que se dão o trabalho de repassar os números destas ações.
Precisam ser lembrados para que a contabilidade seja exposta publicamente.
Procedimento que deveria ser uma regra.
A prestação básica de contas.
De agradecimento.

O mesmo vale para as performances em competições.
Conquistou o primeiro lugar, por exemplo, bateu um recorde, a informação chega com uma velocidade estonteante – antes mesmo do Instagram.
Querem matéria e repercussão.
Do contrário, se não medalhou, perdeu a final de um campeonato, o silêncio é absoluto.
Constrangedor.
Não há interesse que o insucesso ganhe eco.

Até entendo a decepção.
Embora não concorde com tal postura.

A experiência como um todo não foi válida?
Um novo país, uma nova cultura….
O aprendizado com os erros.
A autocritica é sempre salutar.

Esse erro de estratégia é, inclusive, cometido por alguns colegas de profissão, ligados a determinadas modalidades.
Deveriam ser referência.
São minoria.
A maioria ainda tem discernimento.

Destaco a dedicação de quem nem é do “metiê”.
Que faz o ofício jornalístico voluntariamente.
No coração.
Com competência.
Por ter um filho (a) envolvido no projeto.
Ganhando ou perdendo.
A atitude é sempre a mesma.
A informação sempre chega.
No mesmo dia.

Lições para a vida.
As vitórias não teriam o mesmo sabor sem o amargor de algumas derrotas.
É preciso saber perder.
