Na minha trajetória na comunicação sempre ouvi essa máxima.
Um antigo parceiro de rádio e televisão, Cláudio Roberto Reinert (Peninha), usava muito a expressão em seus comentários.
Que se caracterizava em mobilização de torcedores durante a semana.
Em casa cheia em dia de jogos.

O BEC viveu essa fase.
O Metrô também.
Tanto é que o SESI ficou pequeno muitas vezes.
Faltaram ingressos tamanha a procura.
Isso vale não só para o futebol.

1979.
Há quem afirme que haviam oito mil pessoas na cerimônia de abertura dos Jogos Abertos no Galegão.

1985.
O Vasto Verde foi sede da Taça Brasil de Clubes de Basquete Feminino (que correspondia ao Campeonato Brasileiro).
Na época cabiam cerca de 1000 pessoas no Nelson Busarello.
A foto abaixo na comemoração do 3º lugar de Blumenau retrata bem como o público lotou as arquibancadas.
O elenco blumenauense contava com aquela que é considerada até hoje, a melhor jogadora do estado, a joinvilense Neusa Braga de Medeiros Nicolak.
O time comandado pelo técnico Alvaro Portugal ficou atrás apenas da campeã, a Associação Desportiva Unimep de Piracicaba SP e da Associação Prudentina de Esportes Atléticos de Presidente Prudente SP.

1995.
As atenções se voltavam para o basquete masculino.
Tempos dos norte-americanos.
Que também vieram no começo dos anos 2000.
Ginásio Sebastião Cruz sempre socado.
Quando seis mil pessoas, em média, assistiam os espetáculos.
Era a febre na cidade.

2008.
Reinauguração do mesmo Galegão – que começou a ser construído em 1968.
Casa cheia.
Com a colocação de cadeiras, a capacidade foi reduzida para 3.062 lugares.

A principal atração foi o amistoso de futsal entre Blumenau e Jaraguá.
Uma ironia.
Justamente a modalidade (junto com o handebol) que não pode disputar lá uma competição oficial, já que foi cometida a imprudência de não mexer no tamanho da quadra.
Valor da obra: R$ 5 milhões.
Para efeito de comparativo, a Arena Multiuso de Jaraguá do Sul, custou R$ 17 milhões.
Tem capacidade para 8.500 lugares.

2010.
No primeiro bom momento do vôlei masculino na Superliga.
Blumenau e Pinheiros SP.
Nosso ginásio municipal abarrotado.

2014.
Grande momento do futsal na Liga Nacional.
A AD Hering ficou pequena nos duelos com equipes de ponta.

2017.
Final da Copa Santa Catarina.
Blumenau e Mafra.
Galegão em um momento mágico do futsal.
Muita gente voltou para casa por falta de ingresso.

2019.
Acesso da equipe de vôlei para a Superliga.
A torcida pegou junto na reta final.
Galegão lotado.
O auge foi o confronto contra Anápolis GO.

2022.
Copa Brasil de Vôlei.
Os oito melhores times do país.
Todos os jogos (feminino e masculino) com bom número de expectadores.

5 de março.
Superliga de Vôlei.
Apan e Sesi SP.
2300 pagantes.

8 de março.
Apan e Guarulhos SP.
1470 entradas vendidas.
Uma queda considerável.

Todos esses eventos têm em comum duas coisas.
A fase do time da casa (resultados).
O peso do adversário (jogadores de seleção).
Foi assim em 1985 com Paula e Hortência.

Em 1995 no mesmo basquete com o norte-americano Joe Small.

Em 2008 e 2014 com Falcão no futsal.

Em 2010 com Giba.

Em 2022 também no vôlei na Copa Brasil com Visotto, Wallace, William…

Com Tifanny, Fernanda Garay, Camila Brait…

No geral, não há um fanatismo pelo time local especificamente.
Isso se constrói com tempo, história e títulos.
A maioria segue a onda do que está fazendo sucesso e repercutindo.
Não raro exige a vitória do seu representante.
Como se fosse uma obrigação.
Mesmo sem saber qual o adversário que está do outro lado.
Se tem mais investimento, estrutura, condições de trabalho e/ou tradição, pouco importa.
Absolutamente normal.
Afinal, a mídia vaticinou que o torcedor tem sempre razão.
Deveria existir uma continuidade de apoio – se tornar sócio é o caminho ideal.
De qualquer forma melhor a oscilação na bilheteria do que ginásio/estádio vazios.
O torcedor ainda é a alma de um jogo.

Parafraseando novamente o Peninha:
O esporte é como uma peça de teatro, você paga para ver o artista te alegrar, te divertir, fazer jus ao investimento.