Desde 2020 não existe outro jeito.
Recorremos a terceiros.
Imploramos por ajuda.
Não conseguimos ser autossuficientes.
Independentes.
Como não temos condições de montar um time e os empresários precisam de vitrine para vender jogadores, a relação é de cumplicidade.
Interesses mútuos.
Business.

Foram dois anos de gestão da AS 27 no Metropolitano.
Que redundaram no acesso para a Série A e a queda para a Série B.
A empresa pagava o salário de jogadores e comissão técnica.
Tinha autonomia no futebol profissional.
O Metrô bancava o resto.
Alojamento, refeições, treinos, exames, viagens, hospedagens, aluguel do estádio em Ibirama, borderô dos jogos…
Uma conta salgada.
Em caso de negociação, 70% do valor seria para a gestora e 30% para o clube.
Oficialmente nenhuma venda foi concretizada durante o período de transação.
Ao menos nenhum centavo entrou na conta do Metropolitano, segundo o presidente Valdair Matias.

O acerto com a LA Sports é idêntico.
No percentual.
Na logística.
Contrato até o fim da Série B que vai começar dia 29 de maio.
Com possibilidade de continuidade em caso de objetivos alcançados.
Foi o Metrô quem procurou a LA.
Em 2020.
Antes mesmo de fechar com a AS.
Não deu certo na oportunidade.

Além de receita, nos falta uma base forte.
Para colocar no mercado.
Expor.
Faturar.
Sem fatiamentos.
Como tantos que foram feitos.

Ruan Oliveira serve de exemplo.
Antes de chegar no Metropolitano jogava futsal em Paranavaí PR.
Saiu daqui em 2019.
Direto para o Corinthians.
Seu empréstimo foi prorrogado.
Acaba agora em junho.
A torcida para que seja comprado é grande.
Mesmo o clube tendo apenas 10% do bolo.
O restante é de empresários que lá atrás colocaram dinheiro na frente para pagar as contas.
Em troca ficaram com as percentagens (as fatias) do meia-atacante.
O menino era uma aposta.
Fizeram um baita negócio.

O trabalho que se fazia no passado (sob o comando de Ademar Molon) era bem executado.
Muito moleque bom saiu de lá e foi negociado.
Como Paulinho.
O volante, que com 15 anos de idade estreou no profissional, em 2005, vai para o 12º ano no futebol japonês.
Foi lapidado na Associação da Artex.

Por conta do regulamento, todos os nove times da Série B (o Criciúma é exceção porque tem certificado de formador) precisam disputar o campeonato Sub 20.
Que começa no dia 12 de março.
O Metropolitano até possui um trabalho bacana de reconstrução na categoria Sub 17, porém ainda está fazendo peneiras em busca de talentos para essa competição.

Sem contar que vai promover a segunda pastelada em menos de um mês para ajudar a bancar as despesas dos jogos e das viagens para oito cidades.
Brusque (Carlos Renaux), Indaial (BEC), Joinville (Nações), São José (Atlético Catarinense), Palhoça (Guarani), Lages (Internacional), Tubarão e Nova Veneza (Caravaggio).
Além de Ibirama já que vai mandar seus confrontos na Baixada.

Diante desse quadro nos resta se agarrar em parcerias.
Como tantas que existem no futebol.
A LA Sports terá a companhia em Blumenau da Mais Sports Brasil, empresa que também tem sede em Curitiba e agencia jogadores.
O empresário Luiz Alberto Oliveira Filho está há mais de 20 anos no mercado.
Sua última experiência, ano passado no Figueirense, na Série C do Campeonato Brasileiro, não foi boa.
Não avançou para a segunda fase.
Tanto é que o contrato foi rompido.

O Paraná, clube no qual está vinculado este ano (pela terceira vez na trajetória), não anda bem das pernas no Estadual.
Inclusive chamou Rodrigo Cascca para ser auxiliar técnico.
Sua estreia como técnico interino foi na última quarta-feira (9) na derrota para o FC Cascavel por 2 x 1.

Quando foi anunciado – na última segunda-feira (7) – que iria para o Paraná muitos não entenderam e desceram a lenha na sua decisão.
Não tem nada a ver com falta de palavra.
Cascca voltou ao Metropolitano por indicação da LA.
É um profissional como nós.
Que está atendendo um pedido do patrão.
Treinador também tem empresário.

Melhor tê-lo à beira do campo, respirando futebol, observando atletas, ou em uma sala refrigerada com um notebook (que estava sendo montada no CT do bairro Fidélis) avaliando vídeos e perfis de futuros reforços?
Ele já vinha assistindo nos estádios os jogos do Catarinense.
Estava mapeando jogadores.
Vai continuar.
Agora pela televisão.
E na casamata.

Na mesma postagem no Facebook, com razão, alguém criticou a qualidade do elenco e a posição dos paranistas na classificação.
Em seis rodadas, o tricolor só conseguiu somar três pontos.
Ocupa o 10º lugar.
Só não está na zona de rebaixamento por causa do saldo.

Apesar da desconfiança é preciso olhar para o passado.
O próprio Paraná voltou a ser campeão estadual depois de nove anos (2006).
Terminou o Campeonato Brasileiro na ocasião em 5º lugar.
Conseguiu a vaga inédita para a Libertadores.

O Avaí regressou à Série A nacional após 30 anos.
Em 2009.
Acabou em 6º lugar na classificação.
De quebra encerrou o jejum estadual que já durava 12 anos.
A LA estava por trás.

Com o Juventude foram dois acessos em competições nacionais.
Para a Série B em 2019.
E para a Série A em 2020.

Será uma competição encardida.
Uma das duas vagas, em tese, é do Criciúma.
A empresa não vai se arriscar.
Vai montar um grupo para subir.
Onde a visibilidade é muito maior.
O trabalho está sendo planejado com tempo.
Com previsão de preparação de 45 dias.
Não em 15 dias.
Pior do que foi ou está não pode ficar.