InícioEmerson LuisEsporte: Eu sou é tricolor, por Emerson Luis

Esporte: Eu sou é tricolor, por Emerson Luis

Torço para o Fluminense Football Club desde quando me conheço por gente.

Fatos e fotos comprovam o tamanho da paixão.

Genética.

Hereditária.

Meu pai foi um tricolor ferrenho.

Pai, irmão mais velho, mãe e eu na década de 70. Foto: Arquivo pessoal

Assim como meu tio.

Em um aniversário surpresa preparado pela família, o tema da festa, claro, foi o Fluzão.

Imagina a emoção do seu Lica!

Festa surpresa da família para o tio Valmor. Foto: Arquivo pessoal

Como moramos juntos no bairro Água Verde por um tempo, até vagar uma casa na mesma rua, respirei essa atmosfera verde, branca e grená.

Naturalmente Julio, meu primo, e meu irmão mais novo Jeferson, se tornaram Fluminense.

Meu mano mais velho, Denilson não sei porque cargas d’água (talvez influenciado pelo título mundial de 1981), contrariou a lógica.

Virou rubro-negro.

O que não causa tanta surpresa.

Em muitos lares existe, de uma forma ou de outra, algum tipo de divisão.

Embora a maioria siga a regra (e a pressão) clubística.  

Não custa lembrar que a metade de nossa personalidade é herdada.

Irmãos Denilson e Jeferson, primo Julio e eu, na década de 80. Foto: Valmor Zilinski

Aqui em Blumenau, a maioria esmagadora tem um segundo time do coração (ou um primeiro).

Nossa região é atípica.

Vira e mexe quando participo aos sábados do programa Clube da Bola na NDTV, tento explicar que a prioridade dos torcedores é outra.

Por razões óbvias.

Blumenau e Metropolitano em encontro de 2018 no Sesi. Foto: Reprodução/Internet

Ao mesmo tempo, por mais que alguém priorize sua isenção, parece ser um crime jornalista/radialista ser torcedor de A ou B.

Se faz média e escancara sua predileção é adulado.

Se mostra profissionalismo e imparcialidade dos dois lados (mesmo com o passado atrelado a uma dessas equipes), é exaltado por poucos, massacrado por muitos.

O inusitado é que quando um colega ergue uma bandeira política ou até mesmo é filiado a algum partido, não sofre a mesma perseguição.

Geralmente tem a cumplicidade e a benção da maioria.

Além das benesses que a confortável parcialidade lhe proporciona.

Primeiro jogo do BEC no estádio Aderbal Ramos da Silva. Foto: Reprodução/Internet

Em agosto de 1980 assisti pela primeira vez um jogo de futebol profissional em um estádio.

Foi no velho Deba lotado.

Blumenau 1 x 0 Joaçaba.

Fiquei encantado com aquele ambiente.

Tanto é que após esse dia coloquei na cabeça que queria ser jogador de futebol.

Não deu.

Trabalho como repórter de campo nos anos 2000. Foto: Arquivo pessoal

Passei a acompanhar o Blumenau com frequência em 1988 e 1989.

Evidente que virei torcedor, afinal era o único time que existia na época.

Fosse o Metropolitano no lugar do BEC, ou qualquer um, nas mesmas circunstâncias, não seria diferente.

Em 1990 entrei para o rádio.

Meta:

Razão acima da emoção.

Acredito que nessa trajetória (que inclui a chegada do Metrô em 2002) consegui meu objetivo.

Quando me perguntam para quem eu torço, respondo sem vacilar:

Para os dois.

Artigo do jornalista Rodrigo Capelo. Foto: Reprodução/O Globo

Relembro essa história já contada para alguns parceiros na comunicação porque o artigo de Rodrigo Capelo no jornal O Globo acabou repercutindo.

O jornalista declarou seu amor ao Vasco da Gama.

Estava agoniado, angustiado.

Tirou um peso enorme da consciência e do coração.

Claro que a pegada no Rio de Janeiro é outra.

Nem dá para comparar.

No entanto, a revelação, oculta por tempos, parece ter se tornado um bálsamo para a sua alma e profissão.

Na festa do título brasileiro de 2012 na Alameda. Foto: Arquivo pessoal

As pessoas tendem a ser mais felizes sendo agentes da sua história.

Por isso “sou tricolor de coração, sou do clube tantas vezes campeão”…

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