Pancadaria entre torcidas organizadas de Gama e Brasiliense, no Estádio Mané Garricha, em Brasília.

Invasão de campo em Barueri no jogo São Paulo e Palmeiras pela Copa São Paulo.
Uma faca atirada da arquibancada é encontrada no gramado – teria entrado dentro de uma marmita.

Conflitos em alguns bairros de Curitiba entre torcedores de Athletico e Paraná.
Brigas no Estádio Regional Willie Davids envolvendo torcedores do Maringá e da capital novamente.
Selvageria em Natal, no Rio Grande do Norte.
Uniformizadas de América e ABC tomam conta de em um trecho da BR-101 na capital potiguar e transformam o local em um campo de batalha em plena luz do dia.
Tudo isso apenas em janeiro.
Temos mais um fim de semana pela frente.

Em 2003, o governo brasileiro sancionou o Estatuto do Torcedor.
O objetivo era diminuir a onda de violência e instituir os direitos e deveres de quem frequenta os estádios.
Pouco ou quase nada mudou.

Outubro de 2021.
Inconformados com o iminente rebaixamento do time, gremistas invadem a Arena em Porto Alegre.
Sobra para a cabine do VAR.

2013.
Arena Joinville.
Torcedores de Atlético Paranaense e Vasco produzem uma das maiores pancadarias da história.

Há quem afirme que nada supera a batalha do Pacaembu.
1995.
Final da Supercopa Junior.
Palmeiras e São Paulo.
102 pessoas feridas.
Uma morte.

Dezembro de 2009.
Barbárie cometida por torcedores do Coritiba no Couto Pereira.
O Fluminense escapa do rebaixamento.
E o coxa cai.

Um doutorando em Educação e pesquisador sobre assuntos relacionados à torcida no futebol, afirmou que “o ambiente do futebol possibilita essas manifestações, mas é um reflexo de uma sociedade que banaliza a violência e isso se materializa também nas arquibancadas”.
Não dá para comparar.
Porém dá para associar.
A diferença está na intensidade da violência (física ou psicológica) de cada ação.

Não é preciso ser bacharel ou PHD para enxergar que estamos no limite.
A pandemia veio para testar nossa (in) paciência e (in) sanidade.
Ela é democrática.
Atinge todos.
Anônimos e famosos.
Pobres e ricos.
De dinheiro e de espírito.

Quando o tricampeão mundial de surf Gabriel Medina anunciou que não participaria das primeiras etapas do circuito para cuidar da sua saúde mental, muita gente não entendeu o diagnóstico.
Ou achou que pessoas bem sucedidas não têm crises (ansiedade ou depressão).
O surfista acabou de se separar da modelo Yasmin Brunet.
Típico casal perfeito!
Que só existe em redes sociais.
A propósito, o que tem de conhecidos se separando é assustador.

Medina brigou com a mãe, com o padrasto.
Tentou seguir em frente, mas não deu.
Uma história não desaparece simplesmente.
Remédios só mascaram a angústia e a inquietação na cabeça e no coração.
Todos temos ou ainda vamos ter intrigas com familiares.
Só o endereço muda.
O isolamento ao invés de unir, dividiu.
Ou mostrou nossa verdadeira face.

As provações são diárias.
Os escapes (a resenha com os parceiros na patota, o encontro de casais ou amigos, uma ou outra atividade física) são necessários.
Diria que até obrigatórios.
Para não surtar.
Além da fé no Criador e da sua promessa de que tudo passa, tudo passará.