InícioEmerson LuisEsporte: A falta de um craque/ídolo por Emerson Luis

Esporte: A falta de um craque/ídolo por Emerson Luis

O futsal brasileiro não tem no momento um craque.

Alguém que faça a diferença.

Que desequilibre um jogo complicado e tenso.

Como o que foi disputado esta semana contra a Argentina.

Ficou provado, não só após a derrota para os gringos na semifinal, mas em todo o Mundial, que estamos carentes de um fora de série.

O Brasil de Marquinhos Xavier em nenhum momento convenceu que levaria o hexa.

Argentina comemora vitória sobre o Brasil. Foto: Reprodução/Internet

Os hermanos também não têm nenhum gênio.

Nenhuma seleção tem.

Ricardinho até poderia ser o cara!

Eleito seis vezes o melhor do mundo (2010,2014,2015,2016,2017,2018) e um dos principais responsáveis por colocar Portugal no mais alto patamar do futsal mundial, não conseguiu, aos 36 anos, produzir esse protagonismo.

Na competição disputada na Lituânia, o conjunto suplantou o talento.

Ricardinho foi escolhido o melhor do mundo seis vezes. Foto: Divulgação/UEFA

Sempre houve insegurança e tensão nas atuações do Brasil.

Mesmo nas goleadas na primeira fase contra adversários de pouca tradição como Vietnã (9×1), República Tcheca (4×1) e Panamá (5×1).

Nas oitavas de final, a seleção já teve trabalho contra o Japão (4×2).

E sofreu bastante para despachar Marrocos nas quartas de final (1×0).

Bastou um rival mais bem entrosado e com bons valores individuais para sucumbir para a atual campeã (2×1).  

Técnico Marquinhos Xavier. Foto: Reprodução/Internet

Argentina e Portugal (que eliminou o Cazaquistão nos pênaltis após empate em 2×2) fazem a final neste domingo (3) às 14h.

Mais cedo, 12h, tem a briga pelo terceiro lugar entre Brasil x Cazaquistão – equipe onde joga Taynan, 28 anos.

O ex-ala da Apama do bairro Garcia, campeão da UEFA Champions League com o Sporting de Portugal e recém anunciado (3 anos de contrato) pelo ElPozo da Espanha, atuou por duas temporadas na antiga república soviética.

Taynan em quadra pelo Sporting. Foto: Reprodução/Internet

“O Brasil passa por um ciclo”.

Ouvi muito essa frase nas transmissões das partidas e na própria fala de Marquinhos Xavier.

Bom que se diga que o treinador sempre alertou para o crescimento dos outros países e as dificuldades que o time encontraria para ser campeão.

Até tivemos novidades na lista de convocados se comparado com a última Copa do Mundo onde paramos no primeiro mata-mata diante do Irã (4×4 no tempo normal e 3×2 nos pênaltis).

Doze atletas estrearam.

Quatro (Guita, Rodrigo, Dyego e Dieguinho) estiveram na Colômbia há cinco anos.

Dos 16 convocados, oito jogam no exterior e oito no Brasil.

Seleção antes de um jogo no Mundial da Tunísia. Foto: FIFA/Getty imagens

Jogamos com uma geração envelhecida (para os padrões de um esporte tão intenso).

Média de 30,9 anos.

Não faltou gás – até porque o futsal roda muito.

Muito menos disposição.

Tivemos em quadra um grupo vibrante.

Só que apenas a vontade não resolve.

Na hora do aperto, da tomada de decisão, não tivemos o cara que chama o jogo e decide.

Como Falcão, que se aposentou em 2018, aos 41 anos.

Foi uma reciclagem cautelosa.

Muito mais, creio, pela profusão de jogadores medianos.

Falcão beija taça do Mundial de 2012. Foto: Reprodução/Internet

Catarinense de Chapecó, Ferrão de 30 anos, jogador do Barcelona, é considerado nosso diferencial.

Afinal, por dois anos seguidos recebeu o título de melhor do mundo (2019 e 2020).

Joga muito.

Não há dúvidas.

Só que (guardadas as devidas proporções) não dá para compará-lo com Falcão.

Ninguém em sã consciência faz esse julgamento.

Catarinense Ferrão atua no Barcelona. Foto: Reprodução/Internet

Alessandro Rosa Vieira é o Pelé do futsal.

Ganhou quatro vezes o prêmio de melhor do mundo (2004,2008,2011,2012).

Manoel Tobias recebeu o mesmo prêmio por três anos seguidos (2000,2001,2002).

Alguns especialistas entendem que o fixo foi mais completo.

Os números e as estatísticas (além da plasticidade) mostram que não.

Em um duelo encardido e de muita marcação como foi contra os argentinos, o jogo de Manoel Tobias dificilmente encaixaria.

Só um gênio como Falcão poderia fazer uma mágica e mudar a história.

Ele é o maior artilheiro da seleção com 401 gols.

Isso explica muita coisa.

Manoel Tobias foi bicampeão da Copa do Mundo. Foto: Reprodução/Internet

Ainda somos o maior campeão.

Pela antiga FIFUSA levantamos a taça em 1982 no Brasil e em 1985 na Espanha.    

A partir de 1989 quando a FIFA assumiu a modalidade comemoramos cinco títulos.

1989 (Países Baixos).

1992 (Hong Kong).

1996 (Espanha) quando Manoel Tobias foi a grande estrela daquela geração.

2008 (Brasil).

2012 (Tailândia).

A Espanha tem dois mundiais (2000,2004).

A Argentina, um (2016).

Portugal é a atual campeã europeia.

Em 2018 derrotou a Espanha na final por 3×2.

Espero que não, mas o futsal parece passar por uma entressafra parecida com a do futebol.

Nos gramados não ganhamos uma Copa desde 2002.

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