Reportagem de Suelen Eskelsen
Existia uma época em que o aumento do preço da carne vermelha não era um problema para quem procurava por produtos derivados de proteína animal. O frango ou o ovo estavam na lista dos preferidos para essa substituição. Mas, hoje a realidade é um pouco diferente. Em Blumenau, existem cerca de três granjas de médio e grande porte em funcionamento.
Mas, além do ovo ser um produto sensível para trabalhar, o setor vive oscilando com altos e baixos. “É um ciclo. Um setor sempre depende do outro. Isso já começa com o preço da matéria-prima, que de uma forma geral todo mundo está pagando um preço fora do comum”, comenta a administradora de uma granja em Blumenau, Priscila Ronchi Souza.
Desde a ração, vitaminas, caixas de papelão, até o processo de manuseio, tudo isso tem preocupado as empresas que vivem um momento desafiador para tentar equilibrar o valor repassado ao consumidor. “Às vezes, o avicultor tem que fazer o descarte das aves, começa a faltar ovo no mercado, automaticamente o preço do ovo sobe novamente”, complementa Priscila.
Mesmo assim, o consumo de ovo aumentou no Brasil e, consequentemente, a produção também – 1,15% no semestre – e se aproximou de mais de 1 bilhão e meio de dúzias, de acordo com os dados recentes do IBGE. Mas esse aumento não chega a ser positivo para as granjas, nem baratear o valor do produto no mercado. Grande parte dos custos para manter uma granja é com ração para as galinhas, que é feita de milho.
Depois de uma redução em junho, os preços pagos aos produtores catarinenses de milho voltaram a uma média de R$ 100 a saca, de acordo com a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Isso porque a seca, depois as geadas e agora as pragas destruíram parte das lavouras no estado. Com isso, a alimentação não só do gado, mas também das aves, começou a custar mais caro para os produtores de ovos e, consequentemente, pesa também no bolso da população.