O ex-diretor do Samae, Guto Reinert, foi indiciado pelo crime de peculato doloso, que é a subtração ou desvio de dinheiro público, para proveito próprio ou alheio, por funcionário público. A suspeita é que os recursos teriam sido desviados para a campanha política dele, que era candidato à vereador nas Eleições de 2020.
A medida é resultado de uma investigação da Polícia Civil, que desencadeou a Operação Soldo Inflado, no ano passado, quando R$ 202 mil foram apreendidos na casa do suspeito. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Lucas Almeida, está provado que os recursos eram do Samae.
“Ficou comprovado que houve pagamento descriterioso de horas extras e verba sobreaviso para funcionários, além de um aumento significativo em 2020, quando houve pandemia e parte dos funcionários trabalharam em home office, o que significaria diminuição desses pagamentos”, explicou o delegado.
“Eram pagas horas extras e sobreaviso inclusive em meses de férias, e o sobreaviso era pago no quantitativo de 14 dias, quando deveria ser de 5 dias, segunda a lei vigente à época. Apurou-se que muitas das horas extras quase não se alteravam mês a mês, mesmo tendo caráter excepcional”, acrescentou Almeida.
Agora, o inquérito da 4ª Delegacia Especializada no Combate à Corrupção, em Blumenau, será encaminhado ao Poder Judiciário. Também há fortes indícios de crimes eleitorais. Reinert foi indiciado pelo crime de peculato doloso e um ex-gerente do Samae pelo crime de peculato culposo.
Reinert acompanha o processo em liberdade. O crime de peculato pode incorrer na pena de prisão de até 12 anos, caso o suspeito seja condenado pela Justiça. A equipe do Portal Alexandre José tentou entrar em contato com o acusado, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
