InícioEmerson LuisEsporte: O pior time da história, por Emerson Luis

Esporte: O pior time da história, por Emerson Luis

A expressão tem sido usada com frequência desde o último sábado (20) quando o Metropolitano foi derrotado pelo Próspera por 2 x 0.

Além do jogo em Criciúma, assisti as demais partidas pela TV.

Empate com o Figueirense (0 x 0).

Derrotas para Brusque e Joinville (1 x 0).

Para opinar sobre esse veredicto, precisava ver a atuação da equipe no estádio onde a leitura é bem diferente do sofá.

Na última quarta-feira (24) encarei a tensa BR-470 até Ibirama para acompanhar Metropolitano 0 x 1 Marcílio Dias.

Na cabine do Estádio da Baixada em Ibirama.

É necessário traçar um raio-x com os times rebaixados em 2017 e 2019.

De cara dá para afirmar que individual e coletivamente, o grupo de 2021 é o mais limitado.

A falta de planejamento também contribui.

Afinal, o elenco começou a se juntar a partir de 8 de fevereiro – 17 dias depois já estava oficialmente estreando contra o Figueirense.

O processo (clínico, físico, técnico, tático e emocional) foi atropelado.

Futebol é treinamento, é repetição.

Indubitavelmente, é a pior pré-temporada da história.

Metropolitano e Marcílio Dias em ação no novo gramado da Baixada em Ibirama. Foto: Bruno Golembiewski

Estava na cara que essa largada corria um sério risco de não dar certo.

Cantei a pedra aqui mesmo no Portal, com o tema “Ouro de Tolo”, que muitos não curtiram por entender (imagino) que eu estava agourando e/ou secando a equipe, antes mesmo de entrar em campo oficialmente.

Assumo a culpa de alguma maneira.

Exaltei a chegada de Dyego Coelho.

Entendi que poderia ser um diferencial.

Só que ninguém consegue fazer um bom trabalho sem mão de obra qualificada.

Coelho largou o barco antes que afundasse.

Um iminente rebaixamento queimaria seu filme.

O problema, no geral, é que somos carentes, nos contentamos com pouco (Imprensa e torcida) e quando temos uma atuação um pouco acima do trivial (primeiro tempo contra o Figueirense e segunda etapa diante do Brusque), vendemos uma falsa ilusão.

Só que o tempo, os números e, sobretudo, a condição dos jogadores provam o contrário.

Técnico Dyego Coelho e o gestor André Santos. Foto: Giullio Rotermel

Olhando friamente a formação e as opções à disposição de Paulo Massaro contra o Marcílio Dias não dá para se empolgar.

Tudo acaba se refletindo na atuação.

Na Baixada, a equipe até teve volume de jogo, criou, só que não existe nenhum jogador decisivo, que faça a diferença.

Não concordo que existe falta de vontade, como muitos cobram.

Sobra transpiração.

E só isso não basta.

O mais impressionante é que apesar de não fazer um gol há 540 minutos, fora os acréscimos (incluindo o jogo-treino contra o Sub 20 do Avaí), a equipe vendeu caro todos os resultados.

O nível do estadual está baixo, claro.

Se contasse com jogadores mais cascudos – que são mais difíceis de negociar – a história poderia ser outra.

Talvez.

Lateral Guto foi anunciado hoje. Arte: CA Metropolitano

Pelo menos três reforços chegaram.

Oficialmente foi anunciada apenas a chegada do lateral direito Guto, 23 anos, que trabalhou com Massaro no Santa Cruz PE em 2019.

Estava jogando a Série A3 paulista pelo Batatais.

Também caiu no BID os nomes do volante blumenauense Renan Wagner, 29 anos, um velho conhecido, e do também volante e meia-atacante Renan Gomes, 22 anos, que está vinculado ao América Mineiro.

O preocupante é que seu último jogo oficial foi em 2019.

Renan Wagner também não joga desde o começo de 2020 quando voltou da Europa por causa da pandemia – embora esteja treinando com o grupo desde fevereiro.

Renan Gomes veio de empréstimo do América Mineiro: Foto: Divulgação
Renan Wagner estava treinado com o grupo. Foto: Reprodução

Se vão ser suficientes para escapar da degola, não sei.

Esperava um centroavante, mesmo sabendo das dificuldades no mercado, pois quem é bom está empregado.

Pelo menos o departamento de Futebol se mexeu.

Os concorrentes estão preocupantemente abrindo uma boa margem de pontos como pode ser conferido na classificação.

Técnico Paulo Massaro chegou na segunda-feira e na quarta-feira já fez sua estreia. Foto: Giullio Rotermel

O Metropolitano caiu em 2017 junto com o Barroso.

Fez a pior campanha entre os 10 participantes.

33,3% de aproveitamento – a Chapecoense foi campeã com 72,2% de eficiência.

Dos 54 pontos em disputa fez apenas 18.

4 vitórias: Brusque (2 x 0), Internacional (1 x 0), Barroso (1 x 0) e Figueirense (3 x 1).

6 empates: Tubarão, Barroso e Joinville (0 x 0), Criciúma, Tubarão e Internacional (2 x 2)

8 derrotas: Avaí (2 x 1, 4 x 1), Chapecoense (4 x 0, 3 x 1), Joinville (1 x 0), Criciúma (5 x 4), Figueirense e Brusque (3 x 2).

6º melhor ataque (24 gols).

Pior defesa (32 gols).

Mesmo assim produziu um dos vice-artilheiros.

Sabiá marcou 8 gols, três a menos do que Renteria do Tubarão e Jonatas Belusso do Brusque.

Escalação base:

Colombelli, Maranhão, Maurício (Paulo Vitor), Elton e Juninho; Willian Rodrigues, Valkenedy, Mazinho e Thiago Cristian (Mariano Tripodi); Alemão (Charles) e Sabiá.

Técnicos César Paulista e por último Mauro Ovelha.

Atacante Sabiá agradecendo gol marcado. Foto: CA Metropolitano

A equipe de 2019 estreou na Ressacada em 17 de janeiro, com derrota para o Avaí por 2 x 1.

Com Igor, Paulo Henrique, Clau, Guilherme Café e Jefinho (Rhuan Wallace); Leandro Melo, Michel Schmöller, Negueba e Bruninho (Netinho); Mariano Tripodi (Weslley) e Ari Moura.

Técnicos Marcelo Mabília, Abel Ribeiro e Isaque Pereira.

Grupo que na sequência ganhou o reforço de Junior Pirambu (que valorizado foi para o Brusque) e a promoção de Ruan Oliveira (negociado logo após o estadual com o Corinthians por empréstimo de R$ 100 mil reais).

16 pontos em 18 partidas.

29,6% de aproveitamento- o Avaí campeão teve 68,3%.

4 vitórias: Tubarão (2 x 1), Hercílio Luz (3 x 1), Marcílio Dias (1 x 0) e Brusque (2 x 1).

4 empates: Chapecoense e Joinville (0 x 0), Figueirense e Joinville (1 x 1).

10 derrotas: Avaí (4 x 0 e 3 x 0), Hercílio Luz (4 x 0), Criciúma (2 x 0 e 1 x 0), Brusque (6 x 1), Chapecoense (2 x 1), Figueirense (1 x 0), (Tubarão 2 x 0).

GP 13 – pior ataque

GC 32 – pior defesa

A primeira vitória só veio na 8ª rodada, 2 x 1 diante do Tubarão.

Time de 2019 em campo. Foto: CA Metropolitano

Algumas coincidências óbvias.

Mesmo assim, convenhamos, dos três perfis, o atual ainda é inferior – e tem contra si o fato de que o campeonato é de tiro muito curto.

São só mais seis jogos como mostra a tabela.

Cravar que esse é o pior time da história só vai ser possível se ele não se mantiver na Série A e também não apresentar absolutamente nada de positivo.

E como o futebol vive de reviravoltas, algumas que até nos deixam estupefatos, melhor esperar pelo jogo deste sábado (27) contra o Hercílio Luz, em Tubarão, às 16h.

Se de fato não acontecer nenhum tipo de reação, o rebaixamento será iminente.

E o rótulo virá naturalmente.

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