O risco é iminente.
Tem prazo de validade.
Exatamente na metade do ano.
Quando vence o contrato da Secretaria Municipal do Esporte com o Complexo Esportivo Bernardo Werner (SESI).

Não basta o futebol passar vexame e ser obrigado a jogar em Ibirama.
A próxima modalidade que pode aumentar nossa fama itinerante é o futsal.
E mais adiante quem também tem chance de se tornar um nômade é o handebol feminino.
O tema é redundante e inócuo.
Mas não dá para ignorar.
A culpa indireta é do ginásio municipal Sebastião Cruz que não tem quadra oficial 40×20.

A propósito, cansado de tanta enrolação sobre a ampliação da quadra, o Blumenau Futsal não vai nem disputar o Campeonato Catarinense no Galegão.
Inclusive abriu mão da sala que reformou em 2017 – ano em que foi fundado.
O clube vai concentrar os jogos do estadual e da Liga Nacional no SESI.
Ao menos até 30 de junho.
Até lá tem lugar para jogar.
A partir de julho o cerco aperta.
Ou se renova o contrato da SME com a FIESC ou o time terá de procurar uma nova casa.
Ou uma outra cidade.

A mobilização e os exemplos apresentados pelo Movimento Joga em Casa Blumenau, com estádios e arenas construídas com verba federal, fizeram o futsal sonhar com a sua independência.
É sabido que se trata de um trabalho que demanda tempo, planejamento e trânsito em Brasília.
Contudo, o momento para se pensar e planejar alguma coisa é agora.
O problema é que se de fato o Sistema S colocar esse ano em prática as obras de construção da escola técnica, a equipe vai ter de se mudar.
Ginásio para o estadual (que não exige quadra oficial) tem aos montes em Blumenau.
As adequações são simples.
Agora para receber uma partida de caráter nacional, simplesmente não há nenhuma opção.

A Hering continua sendo parceira do futsal, mas em princípio não deve ceder sua estrutura.
Primeiro porque obras precisariam ser feitas.
E segundo porque os sócios são prioridade.
A logística para receber um evento desse naipe, como em 2013 e 2014, quando a associação lotou muitas vezes, é grande.

O Vasto Verde é outro grande parceiro do esporte blumenauense só que no ginásio Nelson José Busarello cabem apenas cerca de 500 pessoas (a exigência mínima na Liga Nacional é de 1.000 lugares).
E por mais que a quadra tenha as medidas adequadas para os jogos, teria de ser aumentada em dois metros nas laterais.
Imagina o custo da revitalização (o nome chique que inventaram para chamar de reforma).

A Associação Altona é outra que possui uma quadra 40×20.
Arquibancada para cerca de 500 lugares.
O registro fotográfico por si só mostra que precisaria ser ampliada.
Aliás, na pesquisa que fiz para buscar esse material me espantei com essa foto abaixo de 2013.
O tamanho do terreno impressiona.

É só uma suposição.
O tamanho do espaço na associação que fica no bairro Fidélis é gigante e junto com a área que pertence ao Nova Aurora tornam o local como um modelo interessante para quem sonha com um estádio ou uma arena multiuso.

Por isso que não está descartada a ida do Blumenau Futsal para o SEST-SENAT na Itoupava Central.
O ginásio é acanhado, suporta pouco mais de 500 pessoas, só que é mais um que tem quadra oficial.
Já há conversas para uma futura parceria.
Um levantamento prévio aponta aproximadamente R$ 700 mil para adaptá-lo para a Liga Nacional.
A conta seria dividida.
E o vexame de jogar em outra cidade (provavelmente Brusque) seria evitado.

É louvável a postura do Blumenau Futsal, mas cá entre nós, é humilhante a nossa realidade quando fazemos comparativos com outros municípios.

Não precisamos ter uma arena do tamanho de Jaraguá do Sul.
É um espetáculo!
8 mil lugares divididos em cinco setores.
Com shows, a capacidade aumenta para 17 mil.
Na parte externa, 50 mil.
Inaugurada em 2007 custou R$ 17 milhões.

Bem ao lado temos a Arena Multiuso de Brusque.
4.250 cadeiras.
12 mil pessoas nos eventos.
Estacionamento para 7 mil veículos.

Centro Multiuso de São José.
3.100 lugares.

Ginásio Municipal de Criciúma.
4 mil lugares.

Arena Barra Multieventos em Balneário Camboriú.
Que recebeu a fase final do catarinense de futsal de 2020.
1.600 lugares.

Arena multiuso de Fraiburgo.
3.600 lugares.

Centro Esportivo Carecão em Seara.
2 mil lugares.

A lista vai longe, porém vou limitar nos exemplos de Balneário Camboriú, Caçador, Criciúma, São José, Seara e Fraiburgo.
Essas duas últimas cidades receberam recentemente amistosos da seleção de futsal.
Na última década (ou na história), não lembro de Blumenau ter sido sede de um amistoso ou torneio com a presença do futsal ou de outra modalidade coletiva do Brasil.
Por ironia, a última atração com a presença de craques como Falcão, foi na reinauguração do Galegão, em maio de 2007, quando o timaço da Malwee nos enfrentou.

O que indigna é que esses “concorrentes” não têm um time sequer participando de uma competição nacional.
Blumenau tem futsal, basquete feminino, basquete masculino, handebol feminino, vôlei masculino e vôlei feminino.
Seis modalidades!
Ninguém tem ou já teve tanta representatividade.
O que isso significou até agora?
Nada.

E assim seguimos em nosso estado catatônico.
Até quando?