Não tinha dúvida de que a última publicação produzida aqui no Portal iria repercutir e causar indignação em muitas pessoas com senso crítico e autoestima.
As façanhas da cidade paulista de Santana de Parnaíba apresentadas na coluna apenas confirmaram o quão estamos inertes, adestrados e resignados.

Outra postagem que fiz no Twitter e no Facebook destacando o acesso do Brusque para a Série B e ratificando nossa incompetência também teve grande eco.
Uma sensação de impotência.
Uma mistura de “inveja” e indignação.
Até porque não existe rivalidade maior no Vale do que a de Brusque e Blumenau.
Por conta da nossa incapacidade, fomos ultrapassados em simpatia e popularidade pelo Marcílio Dias.
Só que essa história vem dos tempos de Paysandu e Carlos Renaux nos confrontos contra Palmeiras e Olímpico.
Ganhou força nos embates com o BEC.
E explodiu nos duelos com o Metropolitano.
As torcidas, principalmente as organizadas, se odeiam!

Mas não estou aqui para incitar o ódio.
E sim para exaltar a atitude de três torcedores do Clube Atlético Metropolitano.
Uma gurizada com menos de 30 anos de idade, que cansada de tanta letargia e de saco cheio com tamanho repertório de piadas e chacotas, decidiu criar o “Movimento Popular Joga em Casa Blumenau”.
O principal foco é construir um estádio municipal.
Na quinta-feira (14), dia em que a campanha foi lançada, perguntei a um dos líderes do projeto se havia envolvimento político/partidário de algum integrante, mesmo entendendo que necessariamente quase tudo que precisa sair do papel passa por eles.
“Nada político. Temos nossas convicções, mas vamos deixar tudo de fora. E outra: se vier político querendo palanque, vai ser menosprezado. Vamos buscar embasamento nas legislações, pegar cases (como a Arena de Bauru) onde tudo deu certo. Queremos saber quais cidades fizeram estádio municipais por meio de convênios. O que diz a lei, como conseguir dinheiro, etc. Porque o negócio é sempre o mesmo: alguém pede, eles fingem que vão atrás e o assunto morre. Queremos apresentar soluções para os negacionistas. Já passou da hora de termos voz”.

Pressão.
Ela precisa existir.
E necessariamente com todo mundo unido, pegando junto, preferencialmente com o aval do Blumenau Esporte Clube.
A diretoria se solidarizou com a ação e replicou a notícia no Facebook.
Nas redes sociais, alguns torcedores parabenizaram a iniciativa, contudo até o momento, nenhum tricolor comprou a ideia oficialmente e se juntou ao grupo.
É cedo ainda, eu sei.
Mesmo assim, picuinhas e mimimis precisam ser deixados de lado.
Isso sempre foi um fardo na cidade do “ciúme de homem”.
A torcida cansou.
Mas sozinha, não vai chegar a lugar algum.
Contem com meu apoio.
Pois eu também estou saturado.
E não aguento mais ser cúmplice desse desaforo.