A Justiça da Comarca de Ascurra condenou V.R.C.S. (o nome não é divulgado para proteger a identidade das vítimas) a 46 anos e oito meses de reclusão em regime inicial fechado pelo crime de estupro de vulnerável cometido contra as suas enteadas, durante cerca de dois anos. Para garantir o silêncio das vítimas, o homem fazia ameaças de morte e dizia que mataria a mãe delas.
Segundo a denúncia, o réu teria abusado da enteada mais velha desde que ela tinha de 10 anos, no ano de 2018, até dezembro de 2019, quando a menina estava com 12 anos. Foi também a partir de 2019, conforme as investigações, que ele começou a praticar o mesmo crime contra a menina mais nova, que, na época dos fatos, estava com 10 anos de idade.
Apesar das ameaças, a mais velha, não suportando mais a situação, começou a se recusar a continuar morando com a mãe e insistiu para morar com a família de um tio, em outra cidade. Foi então que ela contou ao tio o que estava ocorrendo, o que levou à prisão preventiva do padrasto. No período em que ocorreram os estupros, a família morou em cinco cidades: Capão Alto, Caçador, Lontras, Lages e Ascurra.
O réu foi condenado por estupro de vulnerável, quando a vítima é menor de 14 anos de idade. Para chegar ao tempo total de pena, o juiz Josmael Rodrigo Camargo levou em consideração o fato de o crime ter sido cometido repetidamente e de o autor ter se utilizado de sua condição de padrasto das crianças para consumar os estupros, além de ter feito graves ameaças às vítimas.
Pelos crimes cometidos contra a irmã mais velha, o juiz fixou a pena de 29 anos e dois meses de reclusão e pelos crimes contra a outra irmã, pena de 17 anos e seis meses. Elas devem ser somadas e cumpridas inicialmente em regime fechado. O Promotor de Justiça de Ascurra, Victor Abras Siqueira, que fez a denúncia, já recorreu da sentença pedindo uma condenação ainda maior.