Reportagem de Jamille Cardoso com produção de Diego Becker
Muito mais que uma simples festa, que leva alegria para moradores e visitantes, a Oktoberfest Blumenau é um grande negócio, que movimenta cerca de R$ 240 milhões na economia local, segundo a organização. O evento gera 6 mil empregos diretos e indiretos. São mais de 60 setores envolvidos na cadeia produtiva, que certamente sentem os impactos do cancelamento da edição deste ano. Na reportagem de hoje, o Portal Alexandre José mostra como os comerciantes da cidade tentam driblar a crise.
Localizada na Rua XV de novembro – coração de Blumenau – a loja de roupas administrada pelo empresário Jefferson Angelo Domingos Albino tinha na Oktoberfest um ganho extra com a venda de trajes típicos. Este ano, por conta da pandemia, os pedidos ficam para trás. “Lá em março, no momento em que faríamos a compra dos produtos para a costureira produzir os trajes, decidimos retardar o investimento e, acompanhando o cenário, optamos por cancelar”, explica o comerciante.
O incentivo à compra de trajes típicos faz parte das ações lançadas pela Secretaria de Turismo de Blumenau para lembrar a festa em outubro e tentar minimizar os impactos no comércio. “Não tivemos o prejuízo de fazer os pedidos, mas vamos deixar de faturar de 60% a 80% a mais neste mês. A gente vai decorar a loja com essa temática, mas com poucos trajes. Nada comparado aos anos anteriores. O importante é a gente manter a nossa tradição viva”, declarou o empresário.

Já no Parque Vila Germânica, o movimento de pessoas é infinitamente menor que o fluxo de visitantes que costuma passar pelo local no período da Oktoberfest Blumenau. É lá que fica a choperia de Ulysses Kreutzfeld. O estabelecimento fica aberto o ano inteiro, mas outubro é o mês mais aguardado. “A Oktoberfest é um evento sempre muito esperado, ela é aquela cereja do bolo. As novidades para este ano estariam ligadas à culinária e ao entretenimento”, disse o sócio.
A ideia era oferecer atrativos musicais diferentes, mas em março, com o início da pandemia, os planos foram paralisados. Assim como a compra de novos produtos, como cervejas produzidas por outras cervejarias do Brasil e do exterior. “O cancelamento da Oktoberfest para uma empresa que tem o seu DNA muito ligado à festa, que tem essa identificação com o evento, acaba mexendo muito com o nosso emocional e, obviamente, com o resultado financeiro”, revela Kreutzfeld.
A esperança era que, com a Oktoberfest, os empresários pudessem recuperar tudo aquilo que ficou para trás ao longo de 2020, no meio dessa pandemia. “A gente lamenta, entende que não era possivel mesmo, mas vamos tentar de alguma maneira lembrar essa festa, para que ela não seja esquecida. E que possamos, ainda que ela não exista, pensar num recomeço, pensar em dias melhores e aguardar 2021 com uma grande Oktoberfest, que aí assim será aquela grande celebração”.
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