Reportagem de Jamille Cardoso e produção de Diego Becker
Este ano, os pavilhões da Oktoberfest Blumenau estão vazios e silenciosos. Não será possível ouvir o som das tradicionais canções que embalam a maior festa alemã das Américas, nem fazer um brinde ao som do refrão “Zigue-zague, Zigue-zague, Hoi, Hoi, Hoi”. As apresentações foram canceladas junto com o evento. Na reportagem de hoje, o Portal Alexandre José mostra como as bandas regionais sentem o impacto disso.
Todas elas – sem excessão – levariam alguma novidade para a edição de 2020 da Oktoberfest, sejam músicas, figurino, coreografias. A Banda do Barril iria apresentar duas novas bailarinas, que vão se juntar aos 12 integrantes. Porém, por conta da pandemia, elas não puderam ensaiar e vão ser apresentadas no ano que vem. No repertório, havia grande clássicos tocados na história da festa, que seriam relembrados.

A Vox 3 Alemalukos conseguiu gravar durante a pandemia cinco músicas novas, sendo três paródias e duas autorais. Elas seriam a grande surpresa da Oktoberfest deste ano. “A gente se preparou para levar irreverência e alegria, que é a nossa marca desde o início, desde a primeira vez que colocamos os pés no palco da Oktoberfest Blumenau. Infelizmente, essa pandemia trancou todo mundo em casa, mas ano que vem a gente volta com tudo”, declarou o vocalista da Vox 3 Alemalukos, Rogério França.

A Cavalinho, uma das bandas mais tradicionais de Blumenau, com 46 anos de história, também estava preparada para animar os visitantes. “A Banda Cavalinho sempre vem com novidades, musicas e coreografias novas, mas infelizmente este ano a gente não vai poder apresentar na Oktoberfest Blumenau, porém teremos lives, onde a gente vai poder mostrar”, lembrou o baterista, Marco Aurélio Reis, que tem 30 anos de banda.

Impacto financeiro
As lives promovidas pelo Beto Carrero World, em Penha, é o que vai garantir a renda das bandas regionais que participam da Oktoberfest Blumenau todos os anos. O parque contratou os grupos para apresentações a serem transmitidas pela internet, com uma megaestrutura. São mais de 200 metros quadrados de led de alta definição e plateia interativa, em uma criação pensada em conjunto com as bandas.
“O impacto para a banda com o cancelamento da Oktoberfest Blumenau foi terrível, pois ficamos sem trabalho. Se não fossemos acolhidos pelo Parque Beto Carrero, nós, todas as bandas da Oktoberfest e também os fornecedores envolvidos com a festa de Blumenau, estaríamos sem nenhuma receita”, afirmou o vocalista da Banda do Barril, Marco Aurélio Rosa.
“Nós temos integrantes na Cavalinho, assim como em outras bandas, que vivem e sobrevivem da música. Nem todos têm um segundo afazer. É um impacto muito grande financeiro. A Oktoberfest é um palco, é uma vitrine para as bandas daqui, que nos leva a tocar no Brasil inteiro e até no exterior. Músicos têm família, despesas diversas. Se não tocar, não tem dinheiro”, disse o baterista da Cavalinho, Marco Aurélio Reis.
“O impacto do cancelamento é igual para todos que tocam a festa, que têm algum rendimento de forma direta ou indireta com a Oktoberfest Blumenau. A gente sabe que muita gente trabalha o ano todo para mostrar o seu servico na Oktober. Toda a região sofre com a ausência da Oktoberfest, que movimenta Blumenau e as cidades vizinhas. Então é uma pena”, desabafa o vocalista da Vox 3 Alemalukos, Rogério França.
“A gente sente a falta, mas é uma situação inusitada, que chegou para dar uma mexida no mundo inteiro, castigou muita gente, mas temos que seguir o que as autoridades determinam e o que o nosso coração manda. A gente tem certeza que a hora que passar essa pandemia, os eventos vão voltar com força total. Porque o povo precisa, além do trabalho, de lazer, precisa de alegria. É um direito de todos”, finaliza França.
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