A foto de capa é o protótipo do Estádio Regional de Blumenau.
Que seria construído atrás do terminal de ônibus, no bairro Salto do Norte.
Década de 80.
A bela maquete ficava na recepção da prefeitura.
Não sei onde foi parar.
Até hoje estou atrás de uma foto e não encontro.
Tinha como espelho o estádio Serra Dourada, em Goiânia.

Evidentemente que nunca saiu do papel.
Foi o mais próximo que chegamos a esse desejo tão comum e concretizado em dezenas de cidades catarinenses.
Antes disso havia um plano para a construção de um estádio municipal na região do Parque Ramiro Ruediger.
Foi abortado.
A prioridade era o “estádio do Aterro Sanitário” ou “estádio do lixão”, como falavam naqueles tempos.

Importante fazer um comparativo, com fotos e fatos, dos parques públicos de Blumenau e Indaial.
Cultuamos o Ramiro em verso e prosa, mas o Jorge Hardt é bem mais amplo e completo – tem opção para grandes eventos (a Vila Germânica de lá), com amplo estacionamento, lagoa para pescar, pistas de caminhada, kart (não existe em Blumenau) e de motociclismo (a nossa, no Tatutiba, é particular).
E tem também um campo de futebol com condições de se erguer arquibancadas.

Tinha prometido a mim mesmo não escrever mais sobre o assunto.
Até porque foram três colunas dedicas ao tema.
Duas em 2014 e 2015 quando era colaborador do site Notícias do Dia do Grupo ND.
E a mais recente, este ano, aqui mesmo no Portal.
Na postagem de 2014 fui generoso.
Citei que “apenas” 27 cidades possuíam estádios municipais.
A respectiva população de cada lugar também está inserida nos links acima.
Fiz uma nova pesquisa essa semana.
A lista aumentou consideravelmente.
Seguem alguns exemplos, primeiro em fotos:










Separei pelo menos outros 19 campos que podem e poderiam receber jogos em SC
(alguns com as devidas modificações):
Estádio Municipal Silvério Pucci Ceregatti, em Anita Garibaldi.
Estádio Municipal Galeão, em Canelinha.
Estádio Municipal Erich Rode, em Massaranduba.
Estádio Municipal Victório Pierozan, em Seara.
Estádio Municipal Carlos Wilson Schröeder, em Schröeder.
Estádio Municipal Luiz Leoni, em Videira.
Carlos Barbosa Fontes, do Clube Atlético Tupi, em Gaspar.
João Marcatto, do Juventus, em Jaraguá do Sul.
Renato Silveira, do Guarani, em Palhoça.
Cônsul Carlos Renaux e Paysandu, em Brusque.
Mário Balsini do Próspera e Heriberto Hulse, em Criciúma.
Aderbal Ramos da Silva, do Avaí, e Orlando Scarpelli, do Figueirense, em
Florianópolis.
Hercílio Luz, do Marcílio Dias, e Camilo Mussi do Barroso, em Itajaí.
Anibal Costa, do Hercílio Luz, e Domingos Gonzales, do Tubarão.


Chega.
Importante lembrar que para participar de uma competição profissional,
independente da divisão, a Federação Catarinense de Futebol passou a exigir a
ampliação do gramado com medidas da FIFA.
105 metros de comprimento e 68 de largura.
Todos os campos com partidas oficiais foram adaptados.
Muitos ainda precisam de adequação.

Era o caso do Sesi, que deixou bem explícito que não bancaria a conta sozinho – a pista de atletismo seria afetada diretamente com a mudança.
Outra decisão que pesou, em 2019, foi que a estrutura para o futebol profissional não seria mais alugada.
Teve muita dor de cabeça.
O Metropolitano, sem grana, optou por fazer uma parceria com o Atlético Hermann Aichinger, que gastou cerca de R$ 40 mil nas reformas (valor que o clube vai saldar em quatro prestações de R$ 10 mil pela ocupação do espaço).

E o BEC, agora com nova diretoria, empossada no último dia 2, talvez jogue a
Série C no Floresta, em Pomerode, o que é mais provável, ou em Indaial no XV
de Outubro.
Os campos têm as dimensões solicitadas.
De qualquer maneira existem outros gastos que deixam a conta salgada, pois é
necessário ter cabines de Imprensa, camarotes (sala) para a Federação e time
visitante, vestiários decentes, alambrados novos e por aí vai.

O Aderbal foi demolido.
E fomos reféns do Complexo Esportivo Bernardo Werner desde quando ele foi inaugurado, em 4 de dezembro de 1978.


Volto ao tema porque na semana do aniversário de Blumenau, a falta de um estádio se tornou motivo de um pequeno debate nas redes sociais.
Até porque, convenhamos, ser um inquilino há 170 anos, é vergonhoso.
Sabe o que mudou nos últimos anos?
Isso mesmo: nada.
Nossa letargia é atemporal.

Os detratores vão falar: o Brusque Futebol Clube também não tem estádio.
Verdade.
Desde que foi fundado, em 1987, aluga o Augusto Bauer.
Paga um valor mensal ao Carlos Renaux, dono do estádio.
Se precisar também tem o Paysandu, com infraestrutura inferior.

Brusque tem o seu projeto.
Em parceria com seu maior incentivador.
A pandemia atrapalhou o cronograma.
Voltou para a teoria.

Este, portanto, não é só um privilégio nosso.
Mas não dá para negar que nesse aspecto somos especialistas.










