É muito cômodo depois do trituramento alemão sobre o espanhol chegar aqui e afirmar que pintou o campeão da Champions League.
Foi o que eu mais li nas redes sociais nas últimas horas.

Me preparei durante a semana para falar do Neymar (da sua qualidade em campo, não o que ele faz fora dele).
E não há como dissociar o que está por vir com o que aconteceu na tarde desta sexta-feira (14) em Lisboa.
Bayern 8 x 2 Barcelona.
Prevaleceu o futebol coletivo sobre o individual.

O Barça foi massacrado.
Um gigante que se fragmentou após ganhar duas Champions League (2009 e 2011), três Campeonatos Espanhóis (2009, 2010 e 2011) e outros nove títulos em quatro temporadas, entre 2008 e 2012, sob o comando de Pep Guardiola.
Remanescentes da época de glória na humilhação de hoje só Piqué, Busquets e Messi.
Que cansou de carregar o elenco nas costas.
Os números do argentino de 33 anos são a maior prova.
44 jogos.
31 gols.
27 assistências.
Um solista.

Sobrou para o treinador Quique Setién, 61 anos, que veio do Betis, sua maior referência na carreira como treinador.

Ninguém ganha nada sozinho.
É por isso que o Paris Saint-Germain não vai ser campeão.
Assim como Neymar dificilmente vai ser escolhido o melhor do mundo.
O prêmio The Best da FIFA está muito atrelado ao título na Liga dos Campeões – como a conquista da Copa do Mundo por uma seleção.
Me atrevo a dizer que o PSG não vai superar o RB Leipzig, 3º colocado na Bundesliga, na próxima terça-feira (18).
Um adversário entrosado, compacto e móvel.
Diferente do Paris Saint-Germain.
Que só tem Neymar.
E Mbappé, vai lá, embora longe do ideal.

Neymar deu uma aula de protagonismo contra a Atalanta.
Fez jus ao jogador mais caro do mundo.
Atuação de gala.
Dificilmente vai repetir o desempenho da última terça-feira (11).
Como o Bayern de Munique também não fará a mesma atuação contra Manchester City ou Lyon, que se enfrentam neste sábado (15), às 16h, em Portugal.

Com o Bayern confiante e fortíssimo e o City ainda na parada, surge o primeiro concorrente (que corre por fora) que tem jogado muita bola: Kevin De Bruyne.
47 jogos do belga de 29 anos na temporada.
15 gols.
23 assistências.

Números que só não são mais superlativos que Lewandowski, o principal rival do brasileiro.
O polaco de 31 anos é o artilheiro da Champions com 14 gols em 8 jogos.
O recorde é de Cristiano Ronaldo em 2013/2014 com 17 gols em 11 confrontos com a camisa do Real Madrid.
São 45 jogos.
54 gols (34 no Campeonato Alemão).
8 assistências.
Impressionante.

Neymar segue com seu protagonismo em Paris.
Em 25 jogos, 19 gols e 7 assistências.
Aos 28 anos está no ápice da carreira como atleta mesmo com a pandemia.
O cara tá voando!
A diferença de explosão e visão de jogo para os demais é enorme.

Neymar segue obcecado pelo título de melhor do mundo.
Só que para virar rei é preciso mais do que ter vassalos obedientes e súditos esforçados.