Até para encerrar o assunto sobre a ausência de ídolos no esporte blumenauense, relatados aqui no Portal nas últimas colunas, não posso deixar de destacar três blumenauenses que despontaram no futebol nacional e internacional.
Que seguiram o mesmo roteiro.
Quem tem qualidade não fica na cidade.
Vai embora cedo.
Algo absolutamente normal.
Anormal seria se fosse o contrário.

Desta safra, o primeiro a despontar foi Evandro Goebel.
Em agosto completará 34 anos.
Começou com o professor Ademar Molon na escolinha da Artex.
Foi direto para o Athetico em 2005 – e para onde deve voltar ainda este ano após se desligar de uma forma não muito amigável do Santos.
Para ganhar cancha antes de se transferir para o exterior, passou por Goiás, Palmeiras, Atlético Mineiro e Vitória até chegar ao Estrela Vermelha, de Belgrado, na Sérvia, em 2011.
Jogou no Estoril e no Porto (o melhor momento da carreira).
Por fim, desembarcou no Hull City, quando participou da Championship, a Série B inglesa .
Após o fim do contrato, voltou para o Brasil.

Evandro chegou à seleção brasileira Sub 20.
14 jogos e 4 gols.
Em 2005, fez parte do elenco que terminou o Mundial dos Países Baixos (Holanda) em 3º lugar (a Argentina ficou com um título).
Chegou longe.
Fez sucesso e ganhou dinheiro.

Outro destaque é Paulo Roberto Gonzaga, de 31 anos.
Também foi revelado por Ademar Molon no Garcia.
Antes de defender Grêmio e Vasco da Gama, despontou no Metropolitano.
Com 15 anos, já mostrava personalidade no elenco principal daquele time que participava pela primeira vez, em 2005, da elite catarinense.

O volante completou agora 10 anos no futebol japonês.
Joga no Fagiano Okayama, na JLeague2, a Série B nipônica.
É de família humilde.
Cultivou as raízes.
Não se perdeu.
Sempre teve a cabeça no lugar.
Simples e focado.
Um case de sucesso.

Nathan Allan de Souza foi o último jogador nascido em Blumenau que fez sucesso, mesmo com apenas 24 anos.
Vestiu a camisa da seleção na base.
Porém, nunca se firmou depois que deixou o Athletico.
A venda para o Chelsea em 2015 chamou a atenção.
Depois de uma guerra jurídica com o time paranaense, foi para a Inglaterra por 7 milhões de euros (aproximadamente 22,9 milhões de reais na cotação da época).
Fez o pé de meia com a transferência.
Foi emprestado para o Vitesse para ganhar cancha e personalidade.
Os clubes europeus fazem muito isso.
Ficou dois anos na Holanda.
51 partidas.
7 gols marcados.
Foi bem.
No entanto, na sequência, parou no Amiens da França.
Deixou a equipe na metade da temporada com apenas três jogos.
Em janeiro de 2018, foi anunciado pelo Belenenses.
Dois gols em 13 partidas.
Voltou para Londres.
Sem espaço, foi novamente cedido.
Desta vez para o Atlético Mineiro.
Jorge Sampaoli gosta muito do seu estilo.
Tá com moral com o argentino.
Que insistiu para que o Galo o comprasse em definitivo.

Nathan que começou na ADHering e depois no Planet Ball fez o caminho inverso de Paulinho e Evandro.
Os dois consolidaram a carreira no exterior.
Para encerrar a carreira no Brasil ou até mesmo fora – Paulinho não pensa em voltar tão cedo.
Daqui a pouco Nathan pode retornar, mas será bem mais difícil conseguir atuar em um grande time.
De qualquer maneira os três são produtos da terra.
Jovens que deram os primeiros passos em escolinhas de Blumenau e que passaram por categorias de base de clubes grandes.
Nem todos tiveram ou têm a mesma oportunidade.
Se o moleque bom de bola já não permanecia por aqui antes, quando tínhamos times com potencial e estádios para treinar e jogar, imagina hoje.