Esta talvez seja a frase mais lembrada de “O Pequeno Príncipe” do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry, que conta a história da amizade entre um homem frustrado e um principezinho que habita um asteroide no espaço.
Ao ouvir as aventuras do menino, o protagonista vai percebendo como as pessoas deixam de dar valor às pequenas coisas da vida conforme vão crescendo.
Para conhecer o que é essencial é preciso ver com o coração, ou seja, olhar sem preconceito e sem discriminar.
Saber interpretar.
“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas.”
Outra máxima do livro que me conduz ao objetivo desta coluna: o decreto municipal.
O prefeito Mário Hildebrandt tem tomado bastante porrada desde a última terça-feira (21) quando voltou a endurecer as leis para o combate à pandemia.
O problema é que o decreto deixou algumas brechas e precedentes e muita gente continua com as portas abertas.
Ao mesmo tempo outra grande parcela foi sacrificada.
Houve de fato a redução no número de carros e pessoas nas ruas (ao menos no centro), mas certamente não foi o impacto que se imaginava.
O que foi feito em Blumenau não pode ser classificado como “Lockdown”.
Não existe bloqueio total.
Como fez Tubarão (quando atingiu 100% da ocupação das UTIS).
E por consequência outros 17 municípios da região sul do estado que adotaram a medida radical no último dia 16, com validade de nove dias, terminando hoje portanto.
A cidade de Alegrete RS vai se submeter a um confinamento de fato a partir das 21h30 desta sexta-feira (24) até às 6h da manhã de segunda-feira (27).
Só poderão funcionar farmácias, postos de combustível para abastecimento e o sistema hospitalar.
Isso porque o município gaúcho registrou 13 novos casos nas últimas 24 horas – em Blumenau foram 342.
São 173 infectados e nove óbitos – contra 6.875 testes positivos e 36 mortes em Blumenau (os números são sempre atualizados na live da prefeitura às 18h45).
Alegrete RS tem cerca de 80 mil habitantes.
Blumenau mais de 350 mil.
Nada contra nenhum estabelecimento.
Longe disso.
Mas vi durante a semana algumas bizarrices.
Não vou citar nomes porque ninguém abre ou fecha uma loja porque quer.
É a lei da sobrevivência.
Literalmente.
Por isso entendo a revolta dos comerciantes de ruas, galerias, centros comerciais, shoppings, bares, restaurantes, pizzarias, tabacarias, barbearias, salões de beleza, lojas e concessionárias de carros e motos, academias, studios de personal, quadras de soccer…
Ou fecha tudo ou não fecha nada.
É opinião de muita gente.
Inclusive a minha.
Não queria estar na pele do prefeito.
Acredito que por ele e sua equipe, o “lockdown” já teria sido aplicado.
Só que não há consenso como um todo, no sistema em geral.
Sem falar na enxurrada de liminares, reabrindo o que foi fechado.
E como maior agravante, a eleição de novembro.
Há muito interesse envolvido para ajudar fulano e prejudicar ciclano.
Vidas não são essenciais para boa parte dessa turma.
Oportunismo, poder, cobiça…
Incertezas, stress, sobrepeso…
Salve-se quem puder.
