O governo do estado flexibilizou semana passada algumas atividades esportivas ao ar livre.
Com regras.
Umas com lógica (surf, skate, beach tênis).
Outras, nem tanto (basquete, vôlei e futevôlei).
Que podem ser praticados em praias, calçadões, ciclovias, locais ao ar livre e parques.
Esportes coletivos de contato, como futebol, profissional ou amador, ainda não estão autorizados nesses espaços e em nenhum lugar.
Bem como aulas nas escolinhas ou encontro de patotas nas quadras de soccer.

Desde então fiquei me perguntando:
Como jogar basquete e vôlei com esses “regulamentos” que pedem, por exemplo, que se mantenha quatro metros de distância entre um praticante e outro?
Quem consegue “brincar” o tempo todo com uma máscara no rosto?
O cara, uma hora ou outra, vai levar a mão aos olhos, na boca, vai suar, pois as duas modalidades exigem muita intensidade, sobretudo o basquete.
É uma das prerrogativas.
Está liberado desde que antes de tocar o rosto faça-se a higienização das mãos.
Seria mais prático ter exigido o uso de luvas.
Enfim, quase ninguém vai conseguir se adaptar.
É necessário, obrigatório o uso de máscaras, temos de cumprir a determinação, mas convenhamos, se já é desconfortável no uso diário, no trabalho, imagina praticando uma atividade física.

Foi pensando nisso que Prefeitura e Vila Germânica (que administra o Parque Ramiro Ruediger) decidiram não liberar nada.
Cabe ao município acatar ou não uma determinação como essa do governo.
Não pode é descumprir.
Logo, tudo segue como antes, como determinado no dia 21 de abril, após a reabertura da estrutura.
Continuam lacradas as quadras de basquete, vôlei, tênis (que não consigo entender porque se o esporte é individual), skate, futebol, academia ao ar livre (também não compreendo) e parquinho.
O espaço segue tolerado apenas para caminhadas, corridas e bicicletas.
Depois da Polícia Militar informar que não havia cabimento em vetar a área verde, está permitido relaxar no gramado ou bater uma bolinha com as crianças.
Não pode é ter aglomero.

Segundo um servidor com quem conversei, o pico da frequência ocorreu neste sábado (2) quando o Ramiro recebeu cerca de 400 pessoas em determinado momento – deve ser superado hoje por volta das 17h.
O local já chegou a ter 3 mil pessoas em um fim de semana.
400 usuários.
Esse é o “limite” decidido para efeito de controle do fluxo.
Limite, convenhamos, muito subjetivo.
Até porque tudo é feito no olhômetro ou no chutômetro.
Não há catracas na entrada (o único acesso é pela rua Alberto Stein) e não há sistema de monitoramento.
Além disso, o patrulhamento de bikes da PM, que ajuda bastante quando está por lá, não funciona aos sábados e domingos.
São apenas dois funcionários, por turno, para controlar uma área de 40 mil m².
Para prevenir possíveis aglomerações e “infrações”, como levar seu cachorrinho para dar um passeio ou fazer um piquenique- em tese isso não está permitido.

Me indigna saber que até hoje o parque não tenha câmeras.
Mas também quando cobro fiscalização e limite lembro das pracinhas cheias (com jogos de basquete, inclusive), dos bares, das conveniências, das filas nos bancos, lotéricas, do aglomero nos supermercados…
O que pode?
O que não pode?
Falta de fiscalização.
Falta de bom senso.
A mistura perfeita.
Como manda a receita.
