InícioEmerson LuisEsporte: Antes que seja tarde. Por Emerson Luis

Esporte: Antes que seja tarde. Por Emerson Luis

“Antes de morrer, viva!”

A frase de William Shakespeare se encaixa perfeitamente naquilo que fizeram os ícones Jack Nicholson e Morgan Freeman em “Antes de Partir”.

O filmaço de 2007 dirigido por Rob Reiner conta a história de dois pacientes terminais de câncer.

Que se conhecem no hospital.

E dividem o mesmo quarto.

Freeman é um simples mecânico casado e um exemplar pai de família.

Nicholson é dono de uma cadeia de hospitais e uma figura amarga.

Apesar de achar incômodo dividir o espaço com um estranho, o empresário nada pode fazer, afinal foi ele mesmo quem criou a política de dois leitos por quarto, para ganhar mais dinheiro com o hospital.

Através de uma lista que um deles escreve com as coisas que queria fazer antes de morrer, os dois abandonam o lugar e decidem se aventurar pelo mundo.

Impagável.

O filme nos faz refletir sobre o quanto nossa vida é preciosa.

O quanto precisamos aproveitá-la o máximo possível.

Dar valor às pessoas que realmente importam.

Enquanto houver sol.

O futebol brasileiro perdeu no começo da semana Oswaldo Alvarez. 

Carinhosamente conhecido como Vadão.  

63 anos. 

Vítima de câncer no fígado. 

O último título do Criciúma foi conquistado com Vadão no comando, em 2013. Foto: Engeplus.com.br

Conheci Osvaldo Alvarez em 2013 aqui no estádio do Sesi quando treinava o Criciúma.

O último título do time foi justamente com ele no comando, o Campeonato Catarinense daquele ano.

O encontro foi rápido, na entrevista coletiva, lugar onde geralmente alguns treinadores se transformam em pavões arrogantes e egocêntricos.

Do pouco que vi naquele dia, com toda a sua história grandiosa e vencedora, Vadão poderia ter o mesmo comportamento imbecil.

Mas o que presenciei foi um cara simples, que atendeu a todos com a mesma distinção, despreocupado com as câmeras e a quantidade de microfones a sua volta.

Um cara do bem.

Gilberto Dimenstein, no jardim de sua casa, em São Paulo. Foto: Bruno Santos/Folhapress

E na manhã desta sexta-feira (29) quem partiu foi o jornalista e escritor Gilberto Dimenstein.

Autor de mais de 10 livros, lutava desde 2019 contra um câncer no pâncreas.

Também com 63 anos.

Segundo divulgado pelo portal Catraca Livre, do qual era fundador e dono, ele morreu às 9h, enquanto dormia.

Deixa dois filhos, a esposa, e um neto.

Foi uma referência.

Ganhou as principais premiações brasileiras de jornalismo, como o prêmio Esso, duas vezes, e de literatura, o Jabuti.

Foi reconhecido pelo seu trabalho ao abordar problemas sociais.

Gilberto Dimenstein lutava contra um câncer. Foto: Reprodução Instagram/@catracalivre

Em 30 de dezembro do ano passado, alguns veículos de comunicação publicaram uma entrevista muito tocante sobre a descoberta da doença.

A reportagem está aqui.

Mesmo assim separei um trecho que tem muito (ou tinha) a ver comigo, sobretudo no aspecto profissional:   

“Grande parte da minha vida foi marcada pelo culto a bobagens: ganhar prêmio, assinar matéria na capa, o tempo todo pensando no próximo furo. É como se estivesse passando por um lugar lindo num trem em alta velocidade, vendo tudo borrado”.

Descansou em paz consigo mesmo.

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