Dados da Secretaria de Saúde de Blumenau revelam que nove crianças com até 9 anos de idade foram diagnosticadas com a Covid-19 na cidade desde o início da pandemia. Deste total, incluindo os pacientes contabilizados nesta sexta-feira (15), cerca de 89% dos casos foram confirmados nos últimos onze dias. Até 4 de maio, havia apenas uma pessoa nesta faixa etária com coronavírus no município.
Confira abaixo um gráfico que mostra a evolução da doença entre crianças de 0 a 9 anos:
A crescente no número de casos entre crianças com até 9 anos reflete numa maior preocupação por parte dos pais e responsáveis. Afinal, quais cuidados devem ser tomados para evitar que os pequenos sejam infectados pelo coronavírus? E quais os riscos que eles enfrentam, caso testem positivo para a doença?
De acordo com a médica pediatra do Hospital Santo Antônio, Marcela de Moraes Barros Sousa, o momento requer uma maior atenção dos pais, que devem redobrar os cuidados. “Recomendamos aos pais que evitem ao máximo sair com as crianças”, sugere. “Somente em extrema necessidade, pois elas não têm os cuidados adequados com as máscaras, bem como tocam em objetos e colocam as mãos no rosto”.
Segundo ela, os pais podem flexibilizar algumas medidas, caso a criança esteja muito agitada durante o processo de isolamento. “Dar uma volta na rua, ao ar livre, sem aglomerações, com máscara (acima de 2 anos), pode ajudar a relaxar e gastar as energias”, disse. “Porém, não podem levá-los para visitar os avós com idade acima de 60 anos”.
Crianças com idade abaixo de 2 anos, porém, devem ser mantidas em casa, uma vez que o Ministério da Saúde as integrou ao grupo de pessoas que apresentam maior risco de internações pela Covid-19, assim como acontece nos quadros gripais. As crianças com idade superior a 2 anos, por sua vez, apresentam imunidade semelhante à de um adulto saudável, destacou a médica.
Mas como identificar os sintomas da doença nos nossos filhos? Segundo a pediatra, é necessário que os pais tenham muita atenção, uma vez que, na grande maioria das vezes, as crianças apresentam sintomas leves da doença. “De maneira geral, os sintomas apresentados pelas crianças são semelhantes aos manifestados pelos adultos”, comenta. “Febre, dor de garganta, dor no corpo e tosse. Mas crianças e adolescentes têm tido mais sintomas gastrointestinais, como diarreia”.
Também é necessário que os pais se atentem a outro fator importante: as crianças podem agir como vetores (transmissores) do vírus, sejam elas assintomáticas ou pouco sintomáticas. “Porém, ainda não termos certeza de como é a transmissão pelas crianças, já que elas estão afastadas das escolas”, emenda.
A proximidade do inverno também requer mais atenção por parte dos pais, uma vez que a estação contribui para o aumento das doenças respiratórias, com as pessoas ficando mais tempo em ambientes fechados e mais próximas umas das outras – ações nada recomendáveis durante a pandemia.
Diante disso, a pediatra enumera dicas extras para ajudar a manter a criança e seus familiares saudáveis e distantes da ameaça da Covid-19 e das demais doenças respiratórias, que variam desde gripes e resfriados até pneumonias e obstruções pulmonares.
“Para manutenção da imunidade, tanto das crianças, quanto dos adultos e idosos, é preciso manter uma alimentação de qualidade com frutas e verduras”, recomenda. “Também deve-se consumir poucos alimentos industrializados, ter qualidade do sono e bem-estar, assim como manter a rotina da criança”.
