Ouvi isso do presidente Valdair Matias.
Mas a frase não é de sua autoria.
É do empresário André Clarindo dos Santos.
O André Santos.

Paulistano de 37 anos, morador de Florianópolis, o ex-lateral de Figueirense, Flamengo, Corinthians, Arsenal e seleção brasileira, está próximo de ser o “novo dono” do Clube Atlético Metropolitano.
Foi assim que o site Futebol Interior se referiu à novidade no último dia 30 de março.
Uma manchete, digamos, exagerada.
Até porque a gestão será compartilhada.
A AS Sports 27 ficará responsável pela montagem do elenco.
Pagamento de salários de jogadores e integrantes da comissão técnica por sua conta.
Pretende injetar R$ 300 mil na Série B.
Na Copa Santa Catarina (se de fato ela for realizada ainda esse ano) outros R$ 225 mil.
Contrato inicialmente de um ano e meio.
Não acredito que André Santos nesta conversa informal com os diretores teve intenção de desrespeitar algum adversário.
Agiu corretamente.
Já disse para que veio.
Tem de pensar grande mesmo.
Com três vagas em jogo, o acesso passa a ser uma obrigação.

André Santos sabe a diferença de projeção e visibilidade de uma divisão para outra.
Fazer negócios na Série A é muito melhor do que na Série B.
Ganhar títulos e vender jogadores faz parte da estratégia de qualquer clube.
Não necessariamente nessa ordem.
Business.
A salvação do endividado e desacreditado Metropolitano passa por esse tipo de parceria.
Com gente do ramo.
André tem contato nos grandes clubes (no Corinthians, principalmente).
Deve montar um time competitivo e com qualidade.
Não vai querer queimar seu filme logo na estreia como cartola.

O mesmo vale para Eduardo Nascimento Costa.
37 anos, manezinho da Ilha.
O ex-volante de Avaí, Grêmio, Vasco e São Paulo será o treinador.
A primeira experiência no banco foi no Lajeadense RS, em 2019.
Também tem trânsito nos bastidores.

Depois de alguma insistência consegui um depoimento de André Santos.
Mostrou cautela, naturalmente, porque nada ainda foi oficializado.
Mas está otimista com o trabalho que está por vir.
Elogiou Blumenau.
Afirmou que a empresa e seus parceiros enxergam com bons olhos o negócio.
Porque além do futebol, a cidade apoia o esporte, lembrou.
Citou futsal, vôlei, handebol e basquete como exemplos de incentivo – no caso específico do futebol não foram muito gente boa com ele.
Na sua visão, o clube tem estrutura para atingir o objetivo.
Pediu, no entanto, a colaboração de todos.
De empresas e de torcedores para fortalecer o projeto.

Acompanhar o Metrô em Ibirama será para fortes.
A queda para a segundona, a proibição do Sesi e o distanciamento do clube com o sócio e o torcedor desanimaram muita gente.
Não jogar na própria cidade é constrangedor.
Pedir favor aos vizinhos (de novo) é humilhante.
Ibirama não era o plano A.
Indaial, sim.
Só que os valores com as reformas no estádio do XV de Outubro seriam de aproximadamente R$ 200 mil.
Assustado, recorreu ao Atlético Hermann Aichinger.
Que está sendo parceiro.
Vai pagar as obras exigidas pela FCF, sobretudo a ampliação do gramado, que agora terá as medidas oficiais.
Custo de R$ 60 mil.

Mudanças que também vão contemplar o time grená na Série C deste ano, é verdade.
Mesmo assim, caso batesse o pé, Ayres Marchetti poderia simplesmente vetar.
A presença do blumenauense Giovani Nunes ajudou bastante nas tratativas.
É o braço direito do homem.
Antes de voltar para Ibirama, o filho do Vado Nunes era supervisor do Metrô.
Pediu a conta ano passado e foi reestruturar o clube.

O Alto Vale está sem futebol desde 2016 quando o Atlético pediu licença.
A participação do Metropolitano pode ajudar a recuperar o espírito do futebol profissional.
Todos os torcedores da região (que gostam muito de futebol) serão muito bem vindos.
Afinal, o Metropolitano vai precisar de renda.
Receitas e despesas do borderô serão de sua competência.
Se já dava prejuízo aqui, imagina lá.
Para usar a estrutura até dezembro, será preciso depositar R$ 40 mil (divididos em 4 parcelas).
Se a gente lembrar que R$ 10 mil eram pagos em apenas um jogo por aqui, até que foi um bom acerto.
A tabela já está pronta.
A bola não deve mais rolar a partir de 31 de maio.
Talvez um mês depois no cenário mais positivo.
Estou otimista.
O que me preocupa de certa forma é esse contrato com a AS Sports 27 que ainda não foi assinado.
Por enquanto, a culpa é do corona


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