Uma pesquisa divulgada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) de Santa Catarina nesta quinta-feira (2) apontou os impactos econômicos e trabalhistas do coronavírus no Estado durante os quinze primeiros dias de isolamento social (até o dia 29 de março).
De acordo com a sondagem, que analisou o universo dos pequenos negócios, cerca de 148 mil pessoas já perderam seus empregos no período de quarentena, iniciado no dia 18 de março.
Segundo o Sebrae, Santa Catarina conta 785 mil pequenos negócios, sendo 380 mil (48%) micro e pequenas empresas e os demais microempreendedores individuais – os quais são responsáveis por 91% dos empreendimentos e por 57% dos empregos formais do Estado.
Para o estudo, o Sebrae/SC ouviu 2.120 empresários, de todas as regiões de Santa Catarina. A pesquisa apresenta um índice de confiança de 95%, cuja margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Dos entrevistados, 19,5% das micro e pequenas empresas afirmam já terem feito em média duas demissões nesse período. “Entendemos que a luta contra a pandemia é e deve ser prioridade, mas é preciso chegar a um equilíbrio para garantir que essas pessoas possam ter seus empregos, já que essa é a única forma de manter o sustento de suas famílias. A nossa preocupação neste momento é com a vida humana”, comenta o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.
Em relação ao faturamento, 91% dos empresários registraram uma redução de 90% no faturamento, o que resulta numa perda bruta de R$ 4,4 bilhões. Todas as regiões foram fortemente impactadas.
De acordo com o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro, é importante lembrar que os pequenos negócios catarinenses são responsáveis por 57% do empregos formais de Santa Catarina e por 37% do PIB do Estado.
“A representatividade das micro e pequenas empresas na nossa economia é evidente. É dever de todos olhar para os pequenos negócios e garantir a sobrevivência deles. São as pequenas empresas que irão ajudar o estado e o país a retomar o desenvolvimento econômico quando essa crise passar. Por isso, precisamos olhar por elas agora”.
Segundo ele, a Medida Provisória publicada nesta quarta-feira (1) pelo governo Federal, que busca evitar demissões e permite que as pequenas empresas reduzam em até 70% a jornada de trabalho e o salário dos trabalhadores, é uma prova de que essa preocupação também está em Brasília.
“O Sebrae/SC vai seguir fazendo esse acompanhamento para compreender os impactos dessa medida em Santa Catarina e para buscar o melhor para os empreendedores e para a população catarinense”, finalizou Luc.
