As supostas irregularidades na compra de 200 respiradores artificiais pelo governo estadual por R$ 33 milhões resultaram na criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).
A solicitação para a criação da CPI partiu do deputado Ivan Naatz (PL), que inicialmente obteve 19 assinaturas para a instalação da comissão. No decorrer da sessão, todos os deputados assinaram o documento. Segundo ele, a fraude foi flagrante.
“A fraude foi tão evidente que não precisa de prova”, defendeu. “Foi um projeto construído por alguém de dentro do governo, e não por aquela servidora que foi afastada, porque ela não possui uma senha para realizar uma transferência de R$ 33 milhões. Dificilmente iremos recuperar o dinheiro, mas iremos investigar e identificar quem possibilitou isso”.
No pedido, Naatz informa que, segundo reportagem do The Intercept Brasil, divulgada na terça-feira (28), o Estado de Santa Catarina comprou os respiradores por preço acima daqueles que foram adquiridos pela União e por outros estados.
“A compra causa estranheza, porque o os R$ 33 milhões já foram pagos, mas os respiradores não foram entregues”, comenta o deputado. “A empresa funciona em uma casa simples, não tem histórico de venda de respiradores. Não foi dada publicidade a essa licitação, que foi feita com dispensa.”
O presidente da Alesc, deputado Julio Garcia (PSD), afirmou que os partidos e os blocos parlamentares terão até a sessão da próxima terça-feira (5) para indicar os nove membros da CPI.
Irregularidades
Naatz comentou que outras denúncias estão sendo enviadas à Alesc – fator que deve complicar ainda mais a manutenção de Carlos Moisés no cargo de governador de Santa Catarina pelo restante de seu mandato.
“O governo Carlos Moisés começa a ficar insustentável”, comentou. “Não sei se por amadorismo ou por má fé, mas já é, indiscutivelmente e com provas, o governo mais corrupto da história de Santa Catarina. Acho muito difícil que o governador se segure até o fim do mandato”.