InícioOpiniãoPolítica: onde estão nossas mulheres? Por Luiz Carlos Nemetz

Política: onde estão nossas mulheres? Por Luiz Carlos Nemetz

A pergunta do título tem muitas respostas. Mas o questionamento tem uma direção certeira. Me refiro à atividade política das mulheres, de modo especial, em nossa cidade e região. Temos um histórico de sucesso das mulheres gestoras atuando em operações empresariais, no gerenciamento de pessoas, no planejamento e implantação de novos projetos de inovação, na administração de seus negócios e mesmo cuidando das atividades inerentes (nada simples aliás) à vida do lar e dos mais variados modelos de família.

Exemplos práticos? Poderia citar centenas: presidentes e diretoras de empresas; superintendente de shopping center; administradoras de clínicas e hospitais; reitora de universidade e dirigentes de cursos de graduação; diretoras de fórum; chefes de escritórios de prestação de serviço jurídico, odontológico, psicológico, laboratórios, arquitetura, engenharia; dirigentes de escolas, de entidades religiosas, esportivas, e assistenciais; gerentes de agência de publicidade e propaganda, editoras e chefes de redação. Enfim, para onde olhamos, lá está a presença marcante de uma mulher.

Me chamou a atenção essa semana o discurso de posse da atriz Regina Duarte como Diretora Geral de Cultura do Governo Federal. Fiquei pensando: como uma pessoa, já com uma obra consolidada, com tantos afazeres e com uma biografia tão recheada, tem o entusiasmo tão grande para, nesta altura da vida, aceitar um desafio de tamanha proporção? De imediato, me veio a resposta: ela está imbuída pelo espírito público e pelo ideal de servir. E, com profunda sinceridade, sem querer bajular ninguém, vou sintetizar minha ideia em uma experiência pessoal.

Sou casado há quase 40 anos com a mesma mulher. E, como todo casal, também subimos e descemos nossas montanhas. Mas, agora, quando já comemos juntos os sacos de 100 quilos de sal que cada um trouxe consigo junto com as núpcias, posso afirmar sem nenhum, nem unzinho medo de errar: nunca errei quando escutei minha mulher. A cada dia, no meu círculo de amizades e de atividades sociais, tenho ouvido mais depoimentos nesse sentido.

Nas questões cruciais, as mulheres erram menos. No mundo dos negócios, como regra geral, têm em seu favor o poder da intuição. São mais resistentes à dor. Melhores diplomatas na solução de conflitos. Conseguem fazer mais de uma atividade ao mesmo tempo, sem perder o foco, nem a paciência. Diante de grandes ameaças, revelam coragem. Na adversidade, são resilientes.

Então me vem uma dúvida, que começou a se transformar em perturbação íntima: por que não temos mais mulheres gerenciando as cidades e exercendo cargos eletivos? O que afasta as mulheres, que são um sucesso no que fazem, do processo político? Por que não temos mulheres na Câmara Municipal de nossa cidade? E por que não incentivarmos a candidatura de uma mulher para concorrer nas eleições para ser nossa prefeita municipal? Que use seus atributos, seu preparo, seu histórico de vida como gestora para conduzir a administração pública?

Imagino uma mulher honesta, dinâmica, preparada, moderna, sem cacoetes, que não levante só a bandeira de uma tribo e sem vícios ideológicos. Que não esteja contaminada de dogmas, nem picada pela mosca vermelha e nem uma releitura maquiada e cheia de blush. Mas que queira servir. Renovar completamente os cenários, fazer uma reorganização firme e delicada deste histórico (nem sempre ruim) das sucessivas gestões masculinas à frente do nosso município.

Claro que só ser mulher não basta! Mas, com relação ao meu voto, seria um grande diferencial. Se numa pesquisa séria me perguntassem se nesta eleição eu prefiro votar num homem ou numa mulher para o cargo de prefeito municipal, responderia sem pensar: numa mulher! Estou por aqui da mesmice dos homens de sempre. Temos centenas de grandes mulheres, preparadas e com vidas que são histórias de sucesso. Algumas delas poderiam se dispor a administrar Blumenau. Fica a letra…

Texto escrito por LUIZ CARLOS NEMETZ

Luiz Carlos Nemetz é sócio fundador da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes Advocacia. Atua na Gestão Estratégica e nas áreas do Direito Médico e da Saúde, Direito de Família e Direito Empresarial.

Especialista em Economia e da Empresa (pós-graduação) pela Fundação Getúlio Vargas, habilitação para Docência, bacharel em Direito pela Universidade Regional de Blumenau na turma de 1983.

Professor concursado de Direito Processual Civil e Direito Econômico da Universidade Regional de Blumenau (FURB), onde atuou por 17 anos. Professor das cadeiras de Direito das Coisas e Direito Processual Civil, Execuções, pela Faculdade Bom Jesus de Blumenau (FAE), no ano de 2009.

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