Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou a existência de uma pandemia da gripe causada pelo coronavírus. Ou seja, há uma enfermidade epidêmica amplamente disseminada no mundo inteiro. Tenho amigos na Europa e no Oriente Médio. Lá o surto está instalado. E é gravíssimo ao ponto do governo italiano colocar a nação em quarentena e os EUA fecharem os aeroportos para pousos e decolagens com destino ao continente europeu.
Nesta quinta-feira (12), ouvi numa rádio local a entrevista de um médico, minimizando a crise, dizendo que não há motivos para “alardes”, pois segundo ele, o “vírus é menos letal do que muitos outros que também causam gripes“. Ora, claro que há causas para severas preocupações! Semana passada, não tínhamos registros oficiais de casos no Brasil. Neste final de semana, já serão mais de 1 mil. Em Santa Catarina, na tarde de hoje (11) foram confirmados 2 casos em Florianópolis.
Devemos entrar em pânico? Supostamente não! Mas há em andamento um aumento em progressão geométrica dos casos de coronavírus cuja amplitude, extensão e frequência podem e devem ser evitados. E com se faz isso? Com informações e com atitudes firmes e rápidas! Por óbvio que é provável que isso seja só uma onda. Um quadro agudo, que vai dar e vai passar. Mas se o raio de ação atingir o número de pessoas que se projeta se confirmar, teremos um quadro de colapso das estruturas médico hospitalares, públicas e privadas.
Então é obrigação dos gestores agirem e se anteciparem ao problema. Por exemplo: estamos em Blumenau com o Festival Nacional da Cerveja. Milhares de pessoas do mundo inteiro convivendo num ambiente público fechado. Fosse eu o responsável, encerraria o evento! E ponto! Aí vêm alguns desinformados dizerem: “mas…” Sempre o mas! “No carnaval não proibiram isso e aquilo! Os jogos de futebol estão lotados”. E dá-lhe mas…
Ora, como disse, até semana passada não tínhamos casos. Agora temos! É hora de ter pulso firme e agir. Não só para evitar a morte de pessoas vulneráveis, mas para minimizar a dor, o sofrimento e os custos já escassos do dinheiro da população. É dever das autoridades locais achatarem o pico da contaminação com a adoção de medidas imediatas de contenção de contágio. Enquanto as UTIs estiverem cheias de pacientes que poderiam não estar lá; os que efetivamente precisarem estar, podem não ter vagas. Isso tudo sem contar com os impactos econômicos dessa crise braba, que vai atingir a economia e levar muita gente ao nocaute. Enquanto quem deve agir e falar ficar mudo e omisso, o coronavírus segue gritando por aí: Se segura, malandro!
Coronavírus não mata? Mas mata…

Luiz Carlos Nemetz é sócio fundador da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes Advocacia. Atua na Gestão Estratégica e nas áreas do Direito Médico e da Saúde, Direito de Família e Direito Empresarial.
Especialista em Economia e da Empresa (pós-graduação) pela Fundação Getúlio Vargas, habilitação para Docência, bacharel em Direito pela Universidade Regional de Blumenau na turma de 1983.
Professor concursado de Direito Processual Civil e Direito Econômico da Universidade Regional de Blumenau (FURB), onde atuou por 17 anos. Professor das cadeiras de Direito das Coisas e Direito Processual Civil, Execuções, pela Faculdade Bom Jesus de Blumenau (FAE), no ano de 2009.