Quinta-feira é dia de TBT.
Throwback Thursday.
A quinta-feira do retorno ou do regresso.
Uma sigla criada, na instantaneidade da internet, para lembrar de momentos marcantes.
Na NDTV/Record TV passei a usar esse expediente no Balanço Geral.

Mostrei registros do BEC no Maracanã na Copa do Brasil.
O épico encontro de Zico e Telê Santana juntos no gramado do Sesi naquele julho de 1989.

O mesmo Sesi lotado que precisou do auxílio de uma arquibancada metálica para receber Metropolitano 1 x 2 Avaí no Campeonato Catarinense de 2009.

E hoje (5) separei fotos e fatos de 2012.
Também do Sesi.
Exatamente do projeto de ampliação do estádio.
Que na verdade foram dois.
O primeiro surgiu em 2008.
Nasceu depois que o Complexo Esportivo Bernardo Werner foi atingido por uma enxurrada em 2008 após o rompimento de uma lagoa.
Tanto é que o Metropolitano teve de disputar o estadual em Brusque e Timbó.

Na última proposta, estádio para 30.975 lugares.
Orçado em 30 milhões.
O Sesi foi o animador do processo.
Pagou pelo trabalho.
Mas jamais prometeu ou se comprometeu a bancar a obra.
Não podia e nem tinha verba para isso.
Era preciso captar os recursos.
Foi repercutido no próprio site do Sistema Fiesc.

Ninguém se mexeu.
Foi uma letargia coletiva.
Inclusive da Imprensa.
Arquitetos e engenheiros explicaram na época que seria bem mais viável e muito menos oneroso ampliar o Sesi (afinal ali já existia uma estrutura erguida) do que construir um novo estádio, fosse ele municipal ou até mesmo particular.
O Metropolitano, único clube em atividade na oportunidade, não levou o assunto muito à sério, pois alimentava a ideia da casa própria, com 10 mil lugares.

Se erguer um CT já é difícil, imagina um estádio.
São mais de cinco anos despendidos só na sede do bairro Fidélis que continua inacabada.
Não termina porque falta dinheiro e sempre tem conta pra pagar.
Além de outras prioridades.
Agora, o pouco dinheiro disponível está sendo usado na reforma do estádio do Aza Branca, em Apiúna, onde o time Sub 17 vai disputar (é obrigatória a participação) o campeonato estadual da categoria, a partir deste sábado (7).
Também tem a logística de Ibirama, onde a equipe profissional vai jogar a segundona.

Lembro da mobilização da turma do PMDB (não sou filiado e nunca fui a nenhum partido) para conseguir recursos em Brasília para a construção do estádio municipal.
Um desejo mais amplo politicamente, apesar do campo ser localizado dentro do CT Romeu Georg.
R$ 5 milhões seriam liberados em 2017 para começar as obras.
Era a promessa.
Total: R$ 20 milhões.
Que viriam em outras parcelas.
A notícia foi comemorada e repercutida.
Tipo “agora vai”.
Não foi.
Teoria e prática.
O governo mudou e até hoje não chegou um centavo sequer.
Como o projeto foi renovado, a expectativa é que um dia esse dinheiro vai vir de Brasília.
Tento ser otimista, mas não consigo.
Essa frustração serve como exemplo.
Mostra o desinteresse, a desunião, a inércia de uma cidade.

O esporte tem um público segmentado.
A maioria da população não gosta.
No fim, uma minoria cobra das autoridades.
Não há pressão coletiva.
Muito menos mobilização.
Blumenau tem assuntos mais importantes para discutir.
E o futebol não está entre eles.
Viva o #TBT.
