É possível, sim, ampliar a quadra do Ginásio Sebastião Cruz.
Torná-la com as medidas oficiais 40×20.
A redução de espaço na arquibancada seria de 30%.
300 lugares a menos.
Hoje são 3.063 cadeiras.

Custaria de R$ 10 milhões a R$ 12 milhões.
Um exagero.
O poder público não vai investir.
Sou obrigado a concordar.
Se é para continuar pensando pequeno não vale a pena mesmo.
Deixa como está, então.
O Galegão é de fato singular, único, central, mas tem suas limitações.
Alguém com visão profissional e de negócios sabe que o ideal é investir em uma arena multiuso.
Em outro local.
Já passou da hora.

O Galegão, no fim, parece ser uma questão de tempo, será concedido à iniciativa privada.
Autoridades juram que as modalidades não serão afetadas.
Nossas equipes vão continuar usando a estrutura em competições nacionais.
As que conseguem jogar lá.
Na avaliação do Executivo, existem dificuldades na conservação e manutenção do patrimônio.
Exemplo:
A sede da Secretaria Municipal do Esporte (SME) não é no próprio ginásio.
Paga-se aluguel em um prédio que fica no outro lado da rua.

No passado, tudo se concentrava na Comissão Municipal de Esportes (CME), extinta pelo município em 1989.
Salas para diretores, técnicos, alojamento para atletas, almoxarifado, espaço para troféus…

A propósito, a implantação do Museu do Esporte caiu no esquecimento.
Deveria ser no Galegão.
Muita coisa se perdeu nas enchentes, é verdade.
Mesmo assim, uma cidade que se orgulha tanto de suas façanhas no esporte amador, que é obcecada em ganhar os Jogos Abertos, não tem um local adequado para exibir suas vitórias.
Conquistas que poderiam até ser exploradas turisticamente.

O projeto original do Ginásio Galegão de 1967 do arquiteto Egon Belz era maravilhoso.
Só que a reforma iniciada em 2007 (quando o ex-atleta de vôlei e atletismo foi colaborador) manteve apenas 50% do que estava previsto.
Belz faleceu antes da reinauguração (que foi em maio de 2008) e não teve a oportunidade de ver concluído o trabalho (incompleto) que tanto defendeu.


Egon Belz e Ramiro Ruediger eram esportistas apaixonados e visionários.
E estavam bem cercados.
Com profissionais capacitados tecnicamente e não indicados politicamente.
Os dois queriam criar nessa ampla área que compreende as ruas Humberto de Campos e Alberto Stein algo parecido com um Centro Olímpico.
Nunca é demais lembrar que o futebol de salão dos Jogos Abertos de 1979 foi disputado na Famosc – antiga Proeb, atual Vila Germânica.
A dupla projetou a construção de um estádio municipal onde foi construído o Parque Ramiro.
Um local estratégico.
Projeto anterior àquele da maquete do ex-prefeito Renato Vianna, que previa um Estádio Regional no Aterro Sanitário, no bairro Salto do Norte.

O Parque Ramiro é uma benção em uma cidade com parcas áreas de lazer.
No contexto geral dessa foto (acima) de 2011 do colega Giovanni Silva, dá para ver o que mudou de lá pra cá.
Se o olhar for radical veremos o Galegão como um estranho no ninho.
Esses dois terrenos que aparecem no final da foto (atrás do Fórum) eram utilizados pelo atletismo.
Abandonados, o mato tomou conta e os equipamentos se deterioraram.
Serviram de estacionamento na Oktoberfest por um tempo.
Depois viraram em definitivo rua com edifícios comerciais.
Onde hoje funciona a Fundação Pró-Família tínhamos o Ginásio Linguição, local de treinamento das equipes.
Bem ao lado, no terreno que as vezes serve de estacionamento para eventos no Galegão e Vila Germânica será construído o Centro de Convenções.

Se não houver mesmo impacto no esporte, entendo que a proposta de arrendar o Galegão é bem-vinda, desde que sejam feitas algumas reformas.
Nosso ginásio municipal não tem condições de receber grandes espetáculos.
Tem só três vestiários (um para a arbitragem).
É um local muito mal aproveitado.
Vou pegar pesado, mas não temos condições de sediar um evento internacional de MMA.
Jaraguá do Sul tem.

Em maio de 2013, a Arena Jaraguá recebeu o UFC.
Pela primeira vez fora de uma capital.
13 lutas.
Na principal delas Vitor Belfort nocauteou no primeiro round o norte-americano Luke Rockhold.
Em 2014 a atração foi Lyoto Machida.
As atenções do mundo das Artes Marciais Mistas se voltaram para a pujante Jaraguá do Sul.
Seiscentas (600) pessoas trabalharam só na organização.
Não há necessidade de contextualizar.
Não precisamos de uma arena gigante como a de Jaraguá, que tem capacidade para 8.500 lugares (que pode dobrar em shows musicais).
O custo estimado na época da inauguração, em 2007, foi de R$ 17 milhões.
Luiz Henrique da Silveira era o governador.

Tubarão nos serve como referência.
Financeira e politica.
Ergueu sua arena em 2016.
Para 5 mil pessoas.

Custo: R$ 20 milhões.
Parceria entre Prefeitura e Governo.
Setenta (70%) por cento da verba do estado.
E trinta (30%) de contrapartida do município.

Os detalhes da negociação estão aqui.

O Centro de Convenções é um sonho acalentado e atrasado da nossa cidade.
O tema se arrasta há anos.
O governador Carlos Moisés prometeu liberar R$ 28 milhões para a sua execução, conforme matéria exibida no nosso Portal.

Parabéns aos envolvidos.
Que definitivamente saia do papel.
Sabemos que o esporte nunca foi prioridade.
Mas já passou da hora de brigar por uma arena multiuso.
Para se pensar em grandes eventos.
Para não dependermos só da Vila Germânica.
Nossa última grande obra esportiva foi a reforma do Galegão, justamente com a ajuda de Luiz Henrique da Silveira, que comandou o estado de 2003 a 2010.
Que costumava encerrar seus discursos na cidade onde nasceu com a seguinte expressão:
“Viva Blumenau”.
Se vivo estivesse, talvez seu lema seria:
“Acorda Blumenau”!